Cristãos e muçulmanos: continuar na via do diálogo, indica encontro


Da Canção Nova
Cristianismo é a religião com maior múmero de adeptos no mundo, seguida logo depois pelo Islã Cristianismo é a religião com maior múmero de adeptos no mundo, seguida logo depois pelo Islã

O Centro para o Diálogo Inter-religioso da Organização para a Cultura e as Relações Islâmicas de Teerã (Irã) e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso (Vaticano) organizaram o seu sétimo encontro bilateral na capital iraquiana entre os dias 9 e 11 de novembro.

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou na manhã desta terça-feira, 16, uma nota oficial com os pontos em comum ressaltados durante o evento, que teve a presidência conjunta do presidente da Organização para a Cultura e as Relações Islâmicas, doutor Mohammad Baqer Khorramshad, e do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.

Com base nas intervenções de estudiosos de ambos os lados, os participantes analisaram o tema "Religião e sociedade hoje: perspectivas cristãs e muçulmanas", desenvolvendo-o em três subtemas, a partir do ponto de vista católico e muçulmano xiita: 1) Religião e sociedade civil: perspectiva filosófica e teológica; 2) Religião e sociedade civil: perspectiva histórico-legal; 3) Religião e sociedade civil: atuais dificuldades e oportunidades.

"Os participantes, felizes pelo clima amigável do encontro, reconhecendo as semelhanças e respeitando as diferenças, sublinharam a necessidade de continuar sobre a via do diálogo genuíno e frutuoso", indica a nota vaticana.

O próximo encontro acontecerá em Roma dentro de dois anos e será precedido por um encontro preparatório. Os Atos dos Colóquios, desenvolvidos desde 1994, serão publicados em inglês e em farsi.

No final do encontro, os participantes concordaram com os seguintes pontos em comum:

  1. Fiéis e comunidade religiosa, com base na sua fé em Deus, têm um papel específico a desenvolver na sociedade, em paridade com os outros cidadãos;

  2. A religião tem uma intrínseca dimensão social que o Estado tem o dever de respeitar; por isso, também no interesse da sociedade, a religião não pode ser confinada à esfera privada;

  3. Os fiéis são chamados a cooperar na busca do bem comum, com base em uma sólida relação entre fé e razão;

  4. É necessário que cristãos e muçulmanos, bem como todos os crentes e as pessoas de boa vontade, cooperem para responder aos desafios hodiernos promovendo os valores morais, a justiça, a paz, e defendendo a família, o ambiente e os recursos naturais;

  5. A fé, por sua própria natureza, exige a liberdade. Por isso, a liberdade religiosa como direito intrínseco à dignidade humana, deve ser sempre respeitada pelos indivíduos, pelos agentes sociais e pelo Estado. Na aplicação desse princípio fundamental, deverá ser sempre levada em consideração o contexto histórico-cultural de toda a sociedade que não esteja em contradição com a dignidade humana;

  6. A educação das jovens gerações deve ser embasada na busca pela verdade, nos valores espirituais e na promoção da consciência.


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