Saúde em alerta contra vírus tipo 4
A principal porta de entrada em MS é a BR-163, onde não há como impedir a entrada através de caminhoneiros
Do Jornal O Progresso
Um das maiores preocupações das autoridades da saúde em Mato Grosso do Sul, é sobre a alta probabilidade da entrada do vírus da dengue tipo 4 no Estado.
Embora ainda não exista registro de caso da doença através do sorotipo, não há como impedir a entrada do vírus pela BR-163, que hoje é considerada a principal porta de entrada do vírus.
Até agora, casos da dengue tipo 4 só foram registrados em Roraima. Em MS a preocupação é que muitos caminhoneiros vêm deste Estado, e o problema é que o vírus pode se espalhar facilmente.
No Brasil o vírus tipo 4 não aparecia desde 1986 e, este ano, já contaminou, pelo menos, 12 pessoas no País.
CUIDADOS
Com o início do verão, a Secretaria de Saúde de Dourados alerta a população para redobrar os cuidados em relação à dengue. Segundo o coordenador do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), o médico veterinário Eduardo Arteiro Marcondes, a preocupação é redobrada em função da preocupação da possibilidade de entrada do vírus tipo 4. “O risco de epidemia é maior com esse vírus, já que a população não tem imunidade ao tipo 4”, diz.
Ele lembra que o calor e a chuva, típicos dessa época do ano, são fatores favoráveis à reprodução do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença.
Marcondes pede que os moradores evitem que recipientes expostos se transformem em criadouros do inseto transmissor.
Os agentes de endemias continuam visitando imóveis, terrenos e construções para fazer o bloqueio do mosquito da dengue. Eles colocam inseticida nos depósitos com água para combater o mosquito transmissor da doença.
VIAGEM
Ele lembra que as pessoas procurem limpar os quintais antes de viajar, cubram ou esvaziem piscinas e verifiquem se a caixa de água está vedada. De acordo com o último levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, foram confirmados em Dourados 4.646 casos positivos de janeiro até agora, sendo 8.052 notificações. Sete pessoas morreram quando a doença estava no auge da epidemia, no primeiro semestre deste ano.
De acordo com Marcondes, o município continua com o trabalho de monitoramento, visitas dos agentes nas residências e aplicação da lei da dengue. Durante todo o ano foram feitos mutirões nos bairros. Ele informou que os mutirões reiniciam em janeiro de 2011, já que o verão é um período critico.
“O município faz a sua parte, mas é necessário que as pessoas se conscientizem da importância de limpar seus quintais e suas casas. Os agentes de saúde, o máximo que vai fazer é orientar”, destaca.
Ele lembra que a multa para quem não cumprir a lei da dengue, vai de R$ 500 (residências) a R$ 900 (comercio). A multa é cobrada junto com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
“Medidas básicas como manter caixas, tonéis e barris de água tampados, não deixar água acumular em pneus, lajes, garrafas e manter os pratos de vasos de plantinhas com areia até a borda vão sempre ser de responsabilidade da população no combate à doença. O importante é não deixar o mosquito se proliferar”, orienta o coordenador do CCZ.
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