Douradina pode ter safra de soja com perca de até 50% com a falta de chuvas
Douradina News
A situação em Douradina, Mato Grosso do Sul, é bastante preocupante em função da falta de chuvas. Em dezembro, choveu apenas 50 mm durante todo o mês e as precipitações que chegam ao município agora são localizadas, irregulares e de pouco volume.
Frente à essas condições climáticas, a safra de soja da cidade deverá registrar uma quebra de 40 a 50%, segundo Cláudio Pradela, presidente do Sindicato Rural de Douradina. Os danos em muitas propriedades já são irreversíveis e, em algumas delas, nada mais poderá ser colhido. Atualmente, a média de produtividade é de 50 sacas por hectares.
"Nós temos soja precoce aqui e faltou chuva no momento de enchimento de grãos. Tem pés de soja sem nenhuma vagem", disse Pradela. Já as lavouras que foram plantadas um pouco mais tarde poderiam se recuperar caso boas chuvas cheguem às regiões produtoras.
Douradina é o município que mais tem sido prejudicado por essa falta de chuvas em Mato Grosso do Sul e tem, nesta safra, cerca de 20 mil hectares plantadas com soja. Alguns produtores já estão até mesmo em pedir apoio ao seguro e lideranças locais já estudam se pedirão o status de situação de emergência para a cidade.
Para o Sr. Ercílio, de Bocajá, a sua colheira terá em média 20 a 25 sacas por hectare "a situação é complicada porque ficaremos com um prejuízo imenso mas, não podemos parar, colhendo a soja, vou plantar o milho", afirma.
No MS a média pode chegar a 15%
Em Mato Grosso do Sul, a estiagem registrada nos municípios do sul do estado no fim do ano passado deve provocar perdas de 10% a 15% nas lavouras de soja, fazendo com que a previsão de produção para a safra 2013/2014 que era de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas seja revista para 5,8 milhões de toneladas.
A estimativa feita ao Agrodebate é do novo presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Maurício Koji Saito. Segundo ele, esses números ainda podem mudar nos próximos dias se o volume de chuvas aumentar no sul do estado. “A soja é uma cultura muito dinâmica. Se chover a expectativa de produção pode aumentar. Além disso, no centro norte onde as chuvas ocorreram em boa quantidade, as lavouras estão muito bem”, explica.
Em razão desse quadro, o presidente da Aprosoja/MS diz que o produtor do estado está mais cauteloso neste momento. “Sabemos que não vamos ter o lucro esperado. Isso é certo”, comenta, completando que a colheita das variedades mais precoces da oleaginosa deve ter início na segunda quinzena de janeiro, sendo totalmente concluída provavelmente no fim de março em todo o estado.
Saito relata ainda que 45% da safra já foi vendida antecipadamente pelos produtores sul-mato-grossenses e que o restante da produção deve ser comercializado somente após a colheita. “O que tinha que vender antecipadamente, o produtor já vendeu. Ele vai aguardar agora, para ver o resultado de sua safra para comercializar o restante”, concluiu.
Veja a entrevista abaixo com o Sr. Claudio Pradela:
Seja o primeiro a comentar!