Grito cobra punição a Uraganos

Manifestantes prometem onda de protestos para impedir que acusados voltem ao poder

Do O Progresso
No “olho do furacão”, manifestantes pedem fim da impunidade em Dourados (Foto: Hedio Fazan/PROGRESSO) No “olho do furacão”, manifestantes pedem fim da impunidade em Dourados (Foto: Hedio Fazan/PROGRESSO)

O Grito dos Excluídos deste ano cobrou punição dos políticos presos na Operação Uragano da Polícia Federal, desencadeada em setembro do ano passado em Dourados. Cerca de 150 pessoas saíram às ruas com faixas e cartazes pedindo uma resposta do poder judiciário. Há um ano processos que são resultados da Operação tramitam na Justiça sem uma conclusão.

De acordo com o presidente do Comitê de Defesa Popular de Dourados, Ronaldo Ferreira, o protesto foi uma maneira de demonstrar a preocupação da sociedade em relação a uma possível volta dos “Uraganos” ao poder. “Muitos temem que eles se candidatem no ano que vem devido a demora da Justiça em condená-los ou absolvê-los de vez. Por isto a intenção do manifesto foi a de chamar a atenção das autoridades e mobilizar a população para impedir que acusados de corrupção e desvio do dinheiro público tenham a chance de ocupar as cadeiras do executivo ou legislativo novamente”, destacou ao O PROGRESSO.

Segundo ele, apesar de muitos avanços na questão política, a exemplo da cassação de vereadores, o sentimento ainda é de impunidade em relação ao judiciário. “Estamos, acompanhando o processo, cobrando na medida do possível e esperando uma resposta do judiciário sobre os mais de R$ 20 milhões que supostamente foram desviados dos cofres públicos. Dinheiro que deveria ser levado para a educação ou para a saúde, onde muitos ainda morrem nas portas dos hospitais por falta de atendimento adequado”, desabafa.

Para Ronaldo, presidente do Comitê que representa 40 entidades organizadas de Dourados, a população pode e deve voltar às ruas para cobrar um posicionamento em relação a este caso. “No ano que vem tenho certeza que a mobilização do Grito será ainda maior em relação aos Uraganos. Esperamos uma participação maior da população”, disse.

Segundo Ronaldo, o Grito, que fechou o desfile de Sete de Setembro, também pediu maior cuidado na preservação do Meio Ambiente, além de destacar a luta dos bancários por melhores condições de trabalho e dos estudantes pela duplicação da Rodovia Guaicurus.

CAMPO GRANDE

Na capital o Grito dos Excluídos pregou combate à corrupção e saiu em defesa da justiça social. Guido Nogueira, da CPJ (Comissão Pastoral da Juventude), disse ao Campograndenews que o movimento dos excluídos já está organizado nas redes sociais e toda manifestação é convocada pela internet. Neste ano, em Mato Grosso do Sul, o enfoque foi pelo fim da violência e o extermínio de jovens, que são vítimas do crime organizado, da pobreza, da falta de oportunidades e do trânsito.

BRASÍLIA

Em Brasília as comemorações do Sete de Setembro foram marcados por protestos contra a corrupção no país. Vestidos de preto, manifestantes carregavam cartazes pedindo o fim do voto secreto na Câmara dos Deputados e no Senado e punição para corruptos.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 25 mil pessoas participaram da manifestação. O movimento foi pacífico. Entre os participantes estavam estudantes, aposentados e até crianças, como Pedro Henrique, 7 anos, que acompanhou a avó Mônica Gusmão Barcelos durante a passeata. “Vim marchar contra a corrupção", disse.



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