MPE denuncia envolvidos na Operação Uragano
Do O Estado MS
O MPE ingressou com ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra 69 pessoas e empresas envolvidas nas irregularidades apuradas pela Polícia Federal na Operação Uragano. Os promotores Cláudia Loureiro Ocariz Almirão, Amílcar Araújo Carneiro Junior e Paulo César Zeni exigem, além de punições como perda dos cargos públicos e dos direitos políticos, o ressarcimento de R$ 35 milhões ao município de Dourados, recursos que afirmam terem sido direcionados ao esquema de corrupção que, segundo a PF e o MPE, era comandado pelo prefeito Ari Artuzi (sem partido), afastado pela Justiça e que está preso no Presídio Federal de Campo Grande.
Paulo Zeni explicou que os fatos que embasam a ação civil “são basicamente os mesmos que constam na denúncia criminal”contra Artuzi e os demais acusados.
Deflagrada em 1º de setembro, a Uragano levou 24 pessoas para a prisão, incluindo o prefeito, a primeiradama Maria Artuzi e o viceprefeito Carlinhos Cantor (PR), que continuam presos, nove dos 12 vereadores, secretários, servidores públicos e empresários.
Os vereadores Sidlei Alves (DEM), Humberto Teixeira Junior e Edvaldo Moreira (do PDT) e Marcelo Hall (PR) continuam presos, assim como Ignez Boschetti, Tatiane Moreno, Alziro Moreno e Dirson de Sá, todos ex-secretários de Artuzi.
A lista de denunciados também é semelhante. Porém, conforme Zeni, enquanto as ações criminais envolvem denúncias contra 61 pessoas, a ação civil também abrange oito empresas. Dentre os acusados estão 11 dos 12 vereadores eleitos de Dourados, que o MPE afirma receberem recursos do esquema – apenas a vereadora e prefeita interina Delia Razuk (PMDB) não foi denunciada.
Artuzi foi acusado de capitanear desvios de recursos da prefeitura e pagamentos de propinas a servidores e agentes públicos. Conforme a PF e o MPE, ele cobrava percentuais dos contratos às empresas que atendiam a prefeitura. Os danos ao erário chegaram a R$ 35 milhões, “que agora exigimos o ressarcimento”, afirmou o promotor.
Zeni informou que a ação civil pública contempla todos os fatos apurados até o momento na Uragano. “As próximas denúncias que venham a ocorrer dependerão de novas investigações”, adiantou. (HM)