UOL
O custo previsto no plano do governo federal de segurança para os eventos da Copa do Mundo de 2014 com equipamentos e treinamento de pessoal será de R$ 230 milhões, de acordo com informações divulgadas na última segunda-feira pelo Ministério da Justiça. A quantia é 400% superior à anunciada pelas autoridades federais há 50 dias, no dia 1º de outubro.
O valor servirá exclusivamente para a aquisição de equipamentos e sistemas de segurança e para a capacitação e fiscalização do efetivo das instituições de segurança que atuarão durante o Mundial de futebol. Esta é apenas uma rubrica do plano de segurança federal para a Copa, atualmente orçado em R$ 1,879 bilhão, e que também inclui investimentos nas Forças Armadas e no controle dos pontos de entrada no país (veja tabela abaixo).
Os dados constam na revisão da Matriz de Responsabilidades da Copa publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira. A Matriz é um documento assinado pelas autoridades públicas brasileiras em janeiro de 2010 que contém a previsão de custos e prazos das obras planejadas pelo país para receber a Copa.
Os gastos com segurança para a Copa a cargo do governo federal só haviam sido incluídos na Matriz no último dia 1º de outubro, por meio da Resolução Nº 17 da Gecopa (Grupo Executivo da Copa). O documento trazia a previsão governamental para a rubrica "Ações de Segurança Pública: Segurança do Evento" como sendo de R$ 45,9 milhões.
Na última segunda-feira, a Resolução Nº 18 do Gecopa trouxe o novo valor, de R$ 230 milhões. O UOL Esporte enviou ao Ministério da Justiça, responsável pelo plano, as seguintes perguntas:
"- Por que uma resolução de 50 dias atrás previa um valor tão inferior para uma das rubricas do plano de segurança? O que havia de errado com a previsão?
- Quais eram os subitens (custos detalhados) de cada um dos planos, o previsto dentro dos recursos disponibilizados pela resolução 17 e aqueles planejados dentro do orçamento da resolução 18?"
A assessoria de comunicação da pasta federal não informou quais são as diferenças entre os dois planos, tampouco informou quanto vai custar cada ação planejada ou a compra de equipamentos. Em resposta à reportagem, a pasta afirmou:
"A matriz anterior somente previa investimentos nos órgãos federais, e não nos Estados. A matriz atual, que é a completa, contempla investimentos para os Estados. Em resumo, a matriz anterior é parcial. A que foi publicada hoje (19/11) é a completa."
Tal resposta, porém, gera mais perguntas. Primeiro, é preciso entender por que o aumento na previsão de custos de segurança anunciado na última segunda-feira foi inserido nas mesmas rubricas da Matriz em que estavam previstos os custos (muito inferiores) até então anunciados.
Quer dizer, se a nova resolução de fato trouxesse um complemento ao que já havia sido anunciado, ela seria apresentada como um acréscimo ao planejamento anterior. Não foi, entretanto, o que ocorreu. A Resolução 18 da Gecopa, na realidade, revoga a anterior, ao contrário de todos os acréscimos de planos e ações que foram inseridos na Matriz desde janeiro de 2010, quando foi publicada, até hoje. O texto da Resolução 18 está disponível no site da Imprensa Nacional.
Seja o primeiro a comentar!