Em cerimônia, freira inicia clausura em Dourados
Do Diario MS
Fotos: Eliel Oliveira
“Hoje é o dia mais feliz da minha vida. É minha entrega definitiva a Deus e à Igreja”. Com essa frase a freira Maria Beatriz, da Ordem Franciscana das Irmãs Clarissas, definiu seus sentimentos prestes a fazer a Profissão Solene de Votos Perpétuos. Isso aconteceu ontem, durante missa celebrada pelo Bispo diocesano dom Redovino Rizzardo. A partir de agora, a vida da religiosa será na clausura do Mosteiro Santa Maria dos Anjos, em Dourados.
Aos 32 anos, Maria é uma das nove religiosas que vivem na clausura do mosteiro douradense. No local, ainda residem outras três que ainda não passaram pela Profissão Solene de Votos Perpétuos. “É uma vida totalmente entregue na solidão e no silêncio, vivendo em fraternidade”, explica, com um tom de voz sereno e ao mesmo tempo convicto.
A cerimônia celebrada ontem pelo bispo marcou o matrimônio da freira com Jesus Cristo. “Muda tudo na minha vida. Eu cheguei no final da minha caminhada. É um casamento com Cristo. É algo para todo o sempre”, informa. “É tudo feito dentro da comunidade. Nossa vida é oração o tempo todo”.
Essa escolha foi feita há pelo menos 10 anos, mas o sentimento da vocação religiosa é algo que vem da infância, garante. “Minha família sempre apoiou minha vocação. Entrei no mosteiro com 21 anos, mas desde criança eu me sinto chamada”. Natural de Goiás, Maria diz que sempre esteve presente em ações da Igreja Católica. “Participei de ministério de música, de grupo de jovens”. O ideal seguido pelas Irmãs Clarissas é o vivido por Santa Clara. “Estamos no jubileu dos 800 anos da fundação da Ordem, da conversão de Santa Clara”, informa. “Para nós ela é um modelo de esposa, mãe e irmã. Ela abraçou o Cristo pobre e crucificado e nos leva também a seguir seus passos e sermos hoje a nova Clara no mundo, numa fidelidade total à nossa vocação”.
Durante a missa, o bispo dom Redovino Rizzardo ressaltou a importância do vocacionado. “Cada um de nós tem o seu lugar, a sua vocação”, ponderou. Ele citou a relevância de cada uma delas, assinalando que todas são fundamentais, desde que voltadas à prática do bem e da vontade de Deus. “Cada vocação tem um sentido bonito. Jesus realiza sua missão através de cada um de nós”.
O Bispo enfatizou ser fundamental não manter apego àquilo que impede o ser humano de evoluir espiritualmente. Quanto à opção de vida feita pela Irmã Maria Beatriz, disse ter sido uma demonstração de maturidade. “Ela entrou [na ordem religiosa] como jovem universitária. É a vocação de quem tem maturidade e sabe o que faz”, afirmou. “A oração delas [freiras] fortifica a cada um de nós”.
Os pais da religiosa saíram de Goianésia (GO) para verem concretizado o sonho da filha (eles também têm três filhos homens e outra filha mulher). “A gente quase não vê ela, mas é gratificante. É uma realização”, diz o pai da religiosa, Antônio Pereira de Carvalho, 76. “A gente sempre notou ela diferente; desde os três anos ela se interessa muito pela igreja”, comenta a mãe, Adir Gomes Carvalho, 69.
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