'Faxina' nos Transportes já derrubou catorze funcionários

Demissões continuarão. Dilma quer nomear novos quadros até o fim da semana

Da Veja
Dilma Rousseff deu carta branca ao novo ministro dos Transportes (Antonio Cruz/Agência Brasil) Dilma Rousseff deu carta branca ao novo ministro dos Transportes (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A prometida "faxina" no Ministério dos Transportes atingiu mais sete integrantes do governo. Foram demitidos na terça-feira quatro funcionários do ministério e dois do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na noite de ontem, o ministério confirmou a demissão de mais um assessor da pasta, Eduardo Lopes.

Oficialmente foram afastadas treze pessoas dos cargos desde o início da crise no setor. O número sobe para quatorze com a demissão de Lopes, que estava no cargo por indicação do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). A limpeza nos quadros dos Transportes irritou os líderes do PR.

A maioria dos afastados é ligada ao núcleo do PR, que integra a coalizão da presidente Dilma Rousseff e que dirige a pasta há cinco anos. As demissões foram acertadas na segunda-feira pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, com a presidente Dilma Rousseff diante da onda de denúncias de corrupção no ministério. O objetivo imediato do Palácio do Planalto com as demissões é minar um suposto esquema de desvios, montado ao longo de anos, com a participação ativa de dirigentes do PR.

A reportagem apurou que o ministro Paulo Passos prepara outro pacote de demissões para os próximos dias. Os alvos serão funcionários do Dnit de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. O Dnit do Rio também está na mira. De acordo com a coluna Radar on-line, do site de VEJA, Dilma pretende terminar a faxina e substituir os demitidos nos Transportes até o fim desta semana.

Origem da crise - A crise no governo federal começou há duas semanas, após reportagem de VEJA mostrar o funcionamento de um esquema de corrupção no ministério dos Transportes. Logo em seguida, o governo anunciou o afastamento do diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, do presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, do chefe de gabinete do ministério, Mauro Barbosa, e do assessor Luiz Tito. Alfredo Nascimento não resistiu à pressão e pediu demissão.

(Com Agência Estado)