Festa do novo presidente do Mengão: bandeira de Zico e ironias a Patricia


G1
Bandeira de Mello e Wallim de Vasconcellos (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com) Bandeira de Mello e Wallim de Vasconcellos (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)

Por volta de 0h15m desta terça-feira, Eduardo Bandeira de Mello girou a roleta de saída da Gávea. Pegou o carro para um trajeto curto. Dirigiu por cerca de 300 metros e cruzou as ruas Gilberto Cardoso e Fadel Fadel, ambas cujos nomes homenageiam ex-presidentes do Flamengo. Certamente um trajeto que ele percorreu centenas de vezes nos 34 anos de vida associativa. Mas, ao estacionar o carro, o administrador de 59 anos descobriu que as coisas mudaram.

Poucos minutos antes, emocionado, agradeceu a Zico e à torcida pela vitória na eleição presidencial. Mas só quando ultrapassou os muros altos da sede teve o primeiro contato com a vida real que o acompanhará no próximo triênio (2013 a 2015). Os familiares o aguardavam em uma pizzaria. Mas nem só de conhecidos e amigos seria a recepção.

Torcedores rubro-negros e militantes da Chapa Azul também estavam no restaurante e vibraram como se fosse um gol quando avistaram o novo presidente. Em vez dos 1.414 votos que recebeu no pleito desta segunda-feira, Bandeira terá de lidar com, segundo dados do Ibope, mais de 30 milhões de torcedores. Com eles, esperanças, expectativas e cobranças.

No primeiro encontro, deixou de ser o Dudu, o Edu, o Bandeira, como os amigos costumam chamá-lo. Passou a ser simplesmente o “presidente”, o “cara que trará dias melhores ao Flamengo”. Sorriu diante da novidade.

Depois de um dia estressante, maçante, recebeu dos filhos e da esposa um chope gelado, com colarinho, para brindar. Saboreou, acenou para as mesas que o saudavam e seguiu adiante em direção a um bar no Leblon. Pediu, educadamente, para não dar entrevista. Mais 100 metros e outro encontro com parte da cúpula da badalada Chapa Azul.

Sentou-se em uma mesa cujo fundo trazia, curiosamente, uma faixa sintomática: “Fora Patricia Amorim”. Entre um chope e outro assistiu às manifestações hostis contra a atual presidente. Se dentro do clube houve moderação para evitar tumulto com a chapa derrotada, na vizinhança sobrou espaço para provocações.

Primeiro, ofensas à diretoria que se despede do clube no fim do ano: “Olha, olha a corja indo embora”, berraram os torcedores. Posteriormente, Patricia virou o alvo, e os azuis lembraram do fracasso dela na reeleição da Câmara e do Flamengo: “Uh, tá maneiro, seguro desemprego” e “Ão ão ão, aula de natação”.

Por fim, o choro da dirigente também foi ironizado: “E ninguém cala esse chororô, chora a Patricia, chora o Cacau (vice do Fla-Gávea), chora o tricolor (Fernando Sihman, marido da presidente e torcedor do Fluminense na adolescência)”


Seja o primeiro a comentar!

Restam caracteres. * Obrigatório
Digite as 2 palavras abaixo separadas por um espaço.