Flu chega às Laranjeiras às 3h da manhã, mas invasão impede festa
Globo.com
A maior parte da torcida aguardou pacientemente a chegada do Fluminense às Laranjeiras. Finalmente, às 3h da manhã desta segunda-feira, os tetracampeões brasileiros chegaram de trio elétrico à sede do clube na Zona Sul do Rio. Porém, o contato dos jogadores com os torcedores foi breve. Pouco depois de Gum, Fred e Jean aparecerem na tribuna, para vibração dos torcedores no gramado, a empolgação de um pequeno grupo fez com que a festa fosse reduzida. Alguns tricolores conseguiram invadir o espaço reservado e o resultado foi imediato: os atletas deixaram o local, conforme orientação da segurança do clube.
A espera dos tricolores foi tranquila, apesar de longa. Mas depois de mais de três horas aguardando os heróis, boa parte da torcida, que lotava o gramado das Laranjeiras, deixou o estádio. Ainda assim, milhares de tricolores continuavam a fazer a festa. Cerca de 15 mil torcedores teriam passado pela sede tricolor na madrugada desta segunda.
As músicas preferidas da torcida eram as versões de "Rádio Pirata", do RPM, "Whisky a Go Go", do Roupa Nova, e do hit "La Bamba". O tradicional grito de "guerreiros" também se fez presente, lembrança da campanha heroica que livrou o clube do rebaixamento no Brasileiro de 2009.
A chegada do presidente da patrocinadora do Fluminense foi o momento mais intenso. Por volta das 23h, chegando de um outro voo fretado de Presidente Prudente, Celso Barros teve o nome aclamado e ouviu o pedido pelo argentino Conca para a Libertadores de 2013. Ele deixou a sede pouco mais de uma hora depois, já que a aparição do elenco atrasou.
Tetracampeão
Melhor ataque. Melhor defesa. Maior número de vitórias. Goleador do campeonato. E campeão. Quatro vezes campeão - tantas vezes campeão, como diz seu hino. A contagem regressiva do Fluminense terminou neste domingo, em Presidente Prudente, com a vitória de 3 a 2 sobre um Palmeiras agonizante, que cambaleia rumo à Série B. A supremacia foi tão grande, a campanha foi tão superior, que os tricolores se permitem o luxo de transformar em festa as três rodadas finais do Brasileirão.
Fred foi decisivo, destruidor. Fez dois gols e forçou Maurício Ramos, do Palmeiras, a marcar outro contra. De nada adiantaram os gols de Barcos e Patrick Vieira para o Verdão. O rebaixamento é iminente para os paulistas. O título é definitivo para os cariocas.
- Estou muito feliz porque, depois de uma história de luta e sacrifício no clube, a gente vê uma equipe jogar com tanta dedicação desde a primeira partida, quando poupamos jogadores para a Libertadores - afirmou Fred, ainda em campo.
E vale o clichê: parece que tem que ser sempre com um sofrimento danado, sempre com uma emoção desumana. O Fluminense abriu 2 a 0, cedeu o empate e fez mais um perto do final. O empate do Atlético-MG com o Vasco em São Januário não deixou ressalvas. Não há mais tempo, espaço, rodadas que tirem o título do Tricolor.
Com o resultado, o time do multicampeão Abel Braga foi a impressionantes 76 pontos. Tem dez a mais do que o Grêmio, que assumiu a vice-liderança ao bater o São Paulo. O Palmeiras, com 33, vive o inferno. É o 18º, sete abaixo do Bahia, o primeiro fora da linha da queda - e que joga neste domingo.
No próximo domingo, o Fluminense recebe o Cruzeiro às 17h, no Engenhão. No mesmo dia, o Palmeiras visita o Flamengo em Volta Redonda.
A diferença é Fred
Se Fred tiver uma chance, até pode acontecer de perder. Se tiver uma segunda, vá lá, existe a chance de a bola não entrar. Mas uma terceira há de ser fatal. O primeiro tempo em Presidente Prudente parecia avisar que chegaria o momento em que o centroavante desequilibraria a balança da partida, bastante parelha. Pois chegou.
O camisa 9, tão decisivo ao longo de todo o campeonato, alcançou todas as variantes em sua luta pelo gol. Na primeira chance, viu Bruno espalmar; na segunda, observou a bola bater na trave; na terceira, finalmente celebrou.
Ele cheira a gol. Porque o natural seria que o passe matemático de Rafael Sobis, aos 45 minutos, já rendesse gol na conclusão de Wellington Nem. Mas não. Bruno espalmou. E Fred estava lá, munido desse ímã que parece ter nas chuteiras - sempre hipnotizando a bola na sua direção.
O gol foi precedido por forte equilíbrio das duas equipes - os mandantes perderam Henrique, que levou uma pancada de Bruno nas costelas. Se o Fluminense tinha Fred à espreita, o Palmeiras contava com Barcos sempre disposto a incomodar. De costas, acossado por Gum, ele conseguiu girar, mas concluiu para fora aos 18 minutos. Pouco depois, teve uma chance rara. Na pequena área, mal marcado, subiu livre. E cabeceou para fora.
A afobação do Palmeiras foi visível. No início do jogo, até conseguiu controlar o jogo, deixar a bola sob seu domínio - mas sempre acelerando as jogadas mais do que a partida pedia. No desespero, exagerou em jogadas aéreas. Tentou otimizar seus ataques, buscou atalhos, correu contra o relógio. Acabou tendo apenas 42% de posse nos 45 minutos iniciais e não mais que quatro finalizações. O Flu arriscou a gol dez vezes.
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