Flu chega às Laranjeiras às 3h da manhã, mas invasão impede festa


Globo.com
Jogadores campeões pelo tricolor das laranjeiras. Ao centro Fred artilheiro do clube no brasileirão 2012. Jogadores campeões pelo tricolor das laranjeiras. Ao centro Fred artilheiro do clube no brasileirão 2012.

A maior parte da torcida aguardou pacientemente a chegada do Fluminense às Laranjeiras. Finalmente, às 3h da manhã desta segunda-feira, os tetracampeões brasileiros chegaram de trio elétrico à sede do clube na Zona Sul do Rio. Porém, o contato dos jogadores com os torcedores foi breve. Pouco depois de Gum, Fred e Jean aparecerem na tribuna, para vibração dos torcedores no gramado, a empolgação de um pequeno grupo fez com que a festa fosse reduzida. Alguns tricolores conseguiram invadir o espaço reservado e o resultado foi imediato: os atletas deixaram o local, conforme orientação da segurança do clube.

A espera dos tricolores foi tranquila, apesar de longa. Mas depois de mais de três horas aguardando os heróis, boa parte da torcida, que lotava o gramado das Laranjeiras, deixou o estádio. Ainda assim, milhares de tricolores continuavam a fazer a festa. Cerca de 15 mil torcedores teriam passado pela sede tricolor na madrugada desta segunda.

As músicas preferidas da torcida eram as versões de "Rádio Pirata", do RPM, "Whisky a Go Go", do Roupa Nova, e do hit "La Bamba". O tradicional grito de "guerreiros" também se fez presente, lembrança da campanha heroica que livrou o clube do rebaixamento no Brasileiro de 2009.

A chegada do presidente da patrocinadora do Fluminense foi o momento mais intenso. Por volta das 23h, chegando de um outro voo fretado de Presidente Prudente, Celso Barros teve o nome aclamado e ouviu o pedido pelo argentino Conca para a Libertadores de 2013. Ele deixou a sede pouco mais de uma hora depois, já que a aparição do elenco atrasou.

Torcedores no estadio das laranjeiras aguardando a chegada dos jogadores após a conquista do titulo. Torcedores no estadio das laranjeiras aguardando a chegada dos jogadores após a conquista do titulo.

Tetracampeão

Melhor ataque. Melhor defesa. Maior número de vitórias. Goleador do campeonato. E campeão. Quatro vezes campeão - tantas vezes campeão, como diz seu hino. A contagem regressiva do Fluminense terminou neste domingo, em Presidente Prudente, com a vitória de 3 a 2 sobre um Palmeiras agonizante, que cambaleia rumo à Série B. A supremacia foi tão grande, a campanha foi tão superior, que os tricolores se permitem o luxo de transformar em festa as três rodadas finais do Brasileirão.

Fred foi decisivo, destruidor. Fez dois gols e forçou Maurício Ramos, do Palmeiras, a marcar outro contra. De nada adiantaram os gols de Barcos e Patrick Vieira para o Verdão. O rebaixamento é iminente para os paulistas. O título é definitivo para os cariocas.

  • Estou muito feliz porque, depois de uma história de luta e sacrifício no clube, a gente vê uma equipe jogar com tanta dedicação desde a primeira partida, quando poupamos jogadores para a Libertadores - afirmou Fred, ainda em campo.

E vale o clichê: parece que tem que ser sempre com um sofrimento danado, sempre com uma emoção desumana. O Fluminense abriu 2 a 0, cedeu o empate e fez mais um perto do final. O empate do Atlético-MG com o Vasco em São Januário não deixou ressalvas. Não há mais tempo, espaço, rodadas que tirem o título do Tricolor.

Com o resultado, o time do multicampeão Abel Braga foi a impressionantes 76 pontos. Tem dez a mais do que o Grêmio, que assumiu a vice-liderança ao bater o São Paulo. O Palmeiras, com 33, vive o inferno. É o 18º, sete abaixo do Bahia, o primeiro fora da linha da queda - e que joga neste domingo.

No próximo domingo, o Fluminense recebe o Cruzeiro às 17h, no Engenhão. No mesmo dia, o Palmeiras visita o Flamengo em Volta Redonda.

Fred nas alturas: atacante marca dois gols e tem 19 no nacional Fred nas alturas: atacante marca dois gols e tem 19 no nacional

A diferença é Fred

Se Fred tiver uma chance, até pode acontecer de perder. Se tiver uma segunda, vá lá, existe a chance de a bola não entrar. Mas uma terceira há de ser fatal. O primeiro tempo em Presidente Prudente parecia avisar que chegaria o momento em que o centroavante desequilibraria a balança da partida, bastante parelha. Pois chegou.

O camisa 9, tão decisivo ao longo de todo o campeonato, alcançou todas as variantes em sua luta pelo gol. Na primeira chance, viu Bruno espalmar; na segunda, observou a bola bater na trave; na terceira, finalmente celebrou.

Ele cheira a gol. Porque o natural seria que o passe matemático de Rafael Sobis, aos 45 minutos, já rendesse gol na conclusão de Wellington Nem. Mas não. Bruno espalmou. E Fred estava lá, munido desse ímã que parece ter nas chuteiras - sempre hipnotizando a bola na sua direção.

O gol foi precedido por forte equilíbrio das duas equipes - os mandantes perderam Henrique, que levou uma pancada de Bruno nas costelas. Se o Fluminense tinha Fred à espreita, o Palmeiras contava com Barcos sempre disposto a incomodar. De costas, acossado por Gum, ele conseguiu girar, mas concluiu para fora aos 18 minutos. Pouco depois, teve uma chance rara. Na pequena área, mal marcado, subiu livre. E cabeceou para fora.

A afobação do Palmeiras foi visível. No início do jogo, até conseguiu controlar o jogo, deixar a bola sob seu domínio - mas sempre acelerando as jogadas mais do que a partida pedia. No desespero, exagerou em jogadas aéreas. Tentou otimizar seus ataques, buscou atalhos, correu contra o relógio. Acabou tendo apenas 42% de posse nos 45 minutos iniciais e não mais que quatro finalizações. O Flu arriscou a gol dez vezes.


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