São João Câncio
23 Dezembro 2013
João nasceu em Kety, na diocese de Cracóvia, Polônia, em 1390; estudou na Cracóvia e foi ordenado sacerdote. Durante muitos anos foi professor da Universidade de Cracóvia; depois foi pároco de Ilkus. À fé que ensinava uniu grandes virtudes, sobretudo a piedade e a caridade para com o próximo, tornando-se um modelo insigne para seus colegas e discípulos.
Enquanto nas regiões vizinhas pululavam as heresias e os cismas, o bem-aventurado João ensinava na Universidade de Cracóvia a doutrina haurida da mais pura fonte, e explicava ao povo com muito empenho, em seus sermões, o caminho da santidade, confirmando a pregação com o exemplo da sua humildade, castidade, misericórdia, penitência e todas as outras virtudes próprias de um santo sacerdote e de um zeloso ministro do Senhor. Ao longo do dia, uma vez cumprido o seu dever de ensinar, dirigia-se diretamente à igreja, onde durante muito tempo se entregava à oração e à contemplação diante de Cristo na Eucaristia.
Tanto nas pequenas como nas grandes adversidades, João teve sempre em mente algo de bem superior ao prestígio, à carreira e ao bem-estar materiais: “Mais para o alto!” repetia sempre. Em todas as circunstâncias, só tinha Deus no seu coração, só tinha Deus na sua boca.
Morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, no ano de 1473.
São João Câncio, rogai por nós!
Salmo responsorial 24/25
Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!
O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Evangelho (Lucas 1,57-66)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor!
Comentário do Evangelho
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e
parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a
manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos
do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas
importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis.
Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer
que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de
ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu
marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por
especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de
Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel,
nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens
ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o
fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino.
Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que
se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu
nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita
consonância com o caminho que haveria de trilhar.
Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo
nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.