Indígenas mantêm bloqueio na 156, escolas e postos pelo 5º dia consecutivo; eles apelam aos prefeitos
Eles desistiram, a princípio, de levar o protesto para o Parque de Exposições
Do Dourados Agora
Indígenas mantêm o bloqueio na rodovia MS-156 pelo quinto dia consecutivo. O líder terena Fernando Souza, da Jaguapiru, disse há pouco ao Douradosagora que “diante da omissão do Estado”, os índios resolveram apelar aos prefeitos de Itaporã, Marcos Pacco, e de Dourados, Murilo Zauith. A audiência com Pacco já estaria marcada para hoje. Agora, segundo Souza, o grupo vai tentar falar com Murilo, também.
O terena alega que a comunidade resolveu recorrer a Itaporã porque “oficialmente, 5.100 indígenas são moradores naquele município”. “Este número é da última contagem do IBGE, de 2010”, ressalva o indígena.
Souza diz que as lideranças vão conversar hoje para decidir outras estratégias, já que ontem eles suspenderam o plano de fazer um manifesto no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, onde acontece a 48ª Expoagro de Dourados. Mas esta possibilidade não foi descarta totalmente, afirma o terena.
Fernando também confirma que não há aulas nas escolas localizadas nas Aldeias Bororó e Jaguapiru nem tampouco atendimento nas unidades de saúde. "Está tudo parado", diz.
Conforme vem noticiando o Douradosagora, o bloqueio é motivado pela quebra de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado junto ao Ministério Público com o Governo do Estado, que previa obras em estradas vicinais das aldeias Bororó e Jaguapiru pela compensação das obras de revitalização da rodovia. Os indígenas alegam que o governo não cumpriu o TAC e resolveram bloquear o tráfego na 156 e no interior da Reserva Indígena de Dourados.
Entre Dourados e Itaporã, a MS-156 continua bloqueada nos dois sentidos. Os índios utilizaram trator e uma tora para impedir o trânsito e se revezem nas rotatórias. Pintados para a 'guerra' e ornamentados com seus cocares de penas coloridas, os indígenas levaram para lá instrumentos, como tambores, para anunciar a revolta da comunidade para o que eles chamam de 'descaso' do poder público.
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