Muro de aço tenta frear vazamento de água contaminada em Fukushima
Empresa responsável pela usina nuclear em risco iniciou construção. Número oficial de mortos por tremor e tsunami de 11 de março é de 12.876.
Do G1
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da danificada usina nuclear de Fukushima, começou neste sábado (9) a instalar um muro de aço para impedir o vazamento de mais água com material radioativo no Oceano Pacífico, informou a agência local Kyodo.
A Tepco vai tentar tapar uma saída que liga o reator 2 ao mar e pela qual, quando a central funcionava adequadamente, entrava a água que era usada no edifício de turbinas.
Os técnicos temem que esse duto esteja vazando água altamente radioativa para o mar, e ele será bloqueado com sete placas de aço e uma malha de material sintético de 120 metros de largura.
Na quarta-feira, os operários da Tepco conseguiram deter um vazamento de água altamente contaminada descoberto quatro dias antes em uma fossa da usina próxima ao mar. Os níveis de radioatividade no oceano continuaram altos, ainda que tenham registrado queda.
A concentração de iodo radioativo em águas marítimas próximas à central um dia depois de o vazamento ter sido controlado era 63 mil vezes superior ao permitido.
Rússia, China e Coreia do Sul demonstraram preocupação pelos vazamentos de material radioativo ao mar e também pela liberação no Oceano Pacífico de cerca de 9 mil toneladas de água com baixa radioatividade.
Segundo os técnicos, esta medida é necessária para permitir que seja armazenada água com maior concentração de materiais radioativos e para que possam acelerar as tarefas para estabilizar os reatores de Fukushima Daiichi.
Mortos e desaparecidos
O número de mortos pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março chegou a 12.876 neste sábado, e 14.865 pessoas seguem desaparecidas, segundo o último boletim policial.
Além disso, os mais de 2.300 centros de acolhimento temporários continuam a abrigar mais de 153 mil pessoas provenientes em sua maioria das províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais devastadas.
Em Miyagi, o número de mortos chega a 7.868 e há 6.619 pessoas sem paradeiro conhecido, e em Iwate há 3.745 mortos e 4.407 desaparecidos. Fukushima tem 1.201 mortos e 3.535 desaparecidos.
83% dos corpos encontrados até o momento foram identificados e liberados para suas famílias, mas esse trabalho vem ficando mais complicado com o passar do tempo.
Desde a quinta-feira, cerca de 300 agentes da Polícia buscam as vítimas do terremoto e do tsunami na zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor de usina.
Não haviam sido realizados trabalhos de recuperação de corpos nessa área pelo temor com relação à alta radioatividade proveniente da usina nuclear de Fukushima, cujos reatores sofreram vazamentos consideráveis.
Os policiais, que iniciaram as buscas em áreas evacuadas da localidade de Minamisoma, usam trajes de proteção e máscaras e carregam o tempo todo detectores de radioatividade.