Liberdade religiosa continua sendo violada no mundo, diz relatório


Da Canção Nova
Relatório traz dados sobre situação da liberdade religiosa em mais de 190 países no mundo Relatório traz dados sobre situação da liberdade religiosa em mais de 190 países no mundo

O direito à liberdade religiosa e de crença sofre contínuos episódios de violação. Além disso, ainda deixa muito a desejar no que diz respeito à sua plena aceitação e respaldo jurídico em diversos países do mundo.

As principais manifestações desse fenômeno são a violência, a intimidação, graves limitações à liberdade de culto e de consciência, bem como episódios de repressão legal.

Os dados da última edição do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo elencam ao menos 21 países com "graves restrições e/ou muitos episódios de intolerância social ou legal relativamente à religião: Arábia Saudita, Bangladesh, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Eritreia, Iêmen, Índia, Irã, Iraque, Laos, Maldivas, Myanmar (antiga Birmânia), Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão, Uzbequistão e Vietnam".

O estudo é organizado pela Associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e abrange mais de 190 países de todo o globo. Um mapa interativo com os dados do relatório pode ser acessado em http://www.fundacao-ais.pt/media/flash/lrm/index.html

As informações são compiladas com o apoio de investigadores, acadêmicos e jornalistas a partir de fontes internacionais e relatórios de vários grupos diferentes, bem como testemunhas locais.

"O documento analisa a situação dos cristãos e de outras confissões religiosas, denunciando casos de perseguição e de atropelos a um direito fundamental consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Com este documento, a organização católica internacional AIS pretende apresentar um 'compêndio geral do grau de liberdade religiosa existente em cada um dos países do mundo, além das formas e motivos da repressão que padecem os diferentes grupos religiosos'", explica a Associação.

Na próxima semana, confira uma reportagem especial sobre a situação dos cristãos no que diz respeito à liberdade religiosa.

"Arma da paz"

O tema escolhido por Bento XVI para a celebração do Dia Mundial da Paz 2011 é exatamente Liberdade religiosa, caminho para a paz. O Pontífice recorda que a liberdade religiosa é o meio de expressão por excelência da especificidade da pessoa humana, que, através dela, "pode orientar a própria vida pessoal e social para Deus, a cuja luz se compreendem plenamente a identidade, o sentido e o fim da pessoa. Negar ou limitar arbitrariamente esta liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana".

O Papa também ressalta que a liberdade religiosa valoriza e faz frutificar qualidades e potencialidades humanas que são capazes de transformar o mundo para melhor, bem como alimenta esperanças num futuro de paz e justiça.

"A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. [...] Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz!", afirma.

Presente na coletiva de imprensa de apresentação da mensagem papal, o presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, elencou aquelas que considera as principais ameaças sofridas pela liberdade religiosa no contexto atual:

  • o secularismo agressivo, que é intolerante a Deus e a toda a forma de expressão da religião;
  • o fundamentalismo religioso, a politicização da religião e a imposição de religiões pelo Estado;
  • o nascimento de um relativismo cultural e religioso que se faz sempre mais presente e urgente em nossos dias.

"A Igreja defende a dignidade da pessoa e o nexo imediato da liberdade religiosa não somente para os próprios interesses ou vantagem exclusiva. O faz em vantagem de todos", definiu o secretário do Pontifício Conselho, Dom Mario Toso, na mesma ocasião.


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