Mato Grosso do Sul terá grupo para auxiliar a Comissão da Verdade
Do MS Já
Mato Grosso do Sul poderá ter um grupo de auxílio à Comissão da Verdade recém criada pela presidenta Dilma Roussef. Segundo o jornalista Marcos Eusébio de Campo Grande, a mobilização para criar esse grupo de apoio começa oficialmente na sexta-feira (26) no Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
O nome do grupo seria "Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça". Para essa primeira reunião foram convidados, segundo o jornalista, “representantes das comissões de direitos humanos da OAB-MS e da Assembleia Legislativa, das fundações de partidos políticos (dentre elas a Fundação Ulysses Guimarães do PMDB, Perseu Abramo do PT e Maurício Grabois do PCdoB), do Centro de Documentação e Apoio aos Movimentos Populares (Cedampo), coordenado por Haroldo Borralho que tem processo na comissão de anistia por ter sido perseguido na ditadura; e da Comissão de Justiça e Paz CNBB Regional Oeste 1”
Outras informações sobre o encontro podem ser obtidas pelo telefone (67) 3026-5670 - 8445-0678.
Nacional
Enquanto no Mato Grosso do Sul entidades de articulam para poder auxiliar nos esforços da Comissão da Verdade, em nível nacional a discussão é a busca por comprovar a isenção dos trabalhos por parte dos representantes da Comissão.
Setores mais conservadores da sociedade acusam o governo de estar influenciando a Comissão para que investigue primeiro os abusos cometidos durante a Ditadura Militar.
“Não há orientação para a Comissão [da Verdade]. É uma comissão de Estado que não se subordina a ninguém”, disse ontem (21) o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Gilson Dipp, coordenador da Comissão da Verdade, ao negar qualquer instrução do Palácio do Planalto para que os trabalhos começassem apurando casos de mortos e desaparecidos no período da ditadura militar (1964-1985).
“Nunca foi pedido para mim ou indicado nada a não ser cumprirmos a lei, para que recuperemos aquilo que digo sempre: a história e a memória do Brasil”, sublinhou, após reunião extraordinária de quatro membros da comissão (além dele, José Carlos Dias, Cláudio Fonteles e Rosa Maria Cardoso da Cunha) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Cardozo também insistiu na autonomia da Comissão da Verdade. “Quando forem, os membros da comissão, decidir sobre quem presta depoimentos, qual estratégia de investigação, ela é absolutamente autônoma e nenhum membro do governo irá participar dessas decisões”, disse o ministro.
“A lei diz que essa comissão vai buscar a verdade. A maneira pela qual ela vai fazer isso, as pessoas que serão ouvidas, as investigações, são de absoluto critério e autonomia da comissão”, continuou Cardozo.
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