Câmara cassa último ‘Uragano’


Por Valéria Araújo - douradosagora.com.br
 

O vereador Marcelo Barros (Dem) foi cassado na tarde desta segunda-feira por nove votos e três impedimentos. O parlementar foi o último a ser julgado, no grupo de nove vereadores, que foram presos na Operação Uragano da Polícia Federal, desencadeada em setembro do ano passado.

O julgamento começou às 14h. Marcelo Barros chegou acompanhado do pai, Roberto Djalma Barros, da mãe, Bela Barros e de famliares. A defesa do parlementar foi representada pelo advogado Alessandro Lemes Fagundes. Após lidas as denúncias de quebra de decoro, seguidas pela defesa prévia, a Câmara determinou duas horas de expla-nação para a defesa do parlamentar. O primeiro a falar foi Marcelo Barros. Ele disse que tinha ciência do que estava para acontecer, mas que em respeito aos seus eleitores decidiu esclarecer todas as acusações contra ele.

Barros disse que sempre lutou para acabar com os desmandos da administração do então prefeito Ari Artuzi. “Prova disso foi que defendi o fim do aumento do IPTU e denunciei no ministério Público as licitações fraudulentas no transpor-te público. Eu jamais trocaria minha carreira política pela quantia de R$ 7 mil, que me acusam de ter recebido”, disse afirmando que muitos dos vereadores que faiam parte da administração corrupta de Artuzi, estavam na Câmara ontem o julgando. “ É preciso refletir se os suplentes estão fazendo justiça ou cometendo vingança contra a minha pessoa. È pre-ciso esclarecer também o jogo de interesses pela minha vaga”, acrescentou.

Em outro momento o vereador lançou um desafio. Disse que se alguém tivesse um vídeo com provas de que ele rece-beu dinheiro poderia apresentar. “Não há nenhum vídeo, nenhuma prova de que eu recebi dinheiro, ou que eu fiz abran-damento político nesta Casa para defender aos interesses do executivo”, disse.

Na versão de Marcelo Barros, o ex-secretário de governo da prefeitura Eleandro Passaia, o ligou no dia do jogo do Brasil com o Chile, na copa do mundo, insistindo para que ambos pudesem conversar.

Marcelo teria entrado no carro e recusado receber o dinheiro. “O endemoniado (Passaia) ficou no meu pé insistindo para que eu recebesse o dinheiro. Eu desci do carro e ele foi atrás. Disse para ele entregar o dinheiro na lavanderia do Lar Santa Rita. Fiz isto porque apesar de ser policial, não tinha como pegar nas mãos do Passaia, levar para uma delegacia e o acusar. Quem iria acreditar em mim, justamente as vésperas de uma eleição para deputado estadual?”, indagou.

Segundo Marcelo Barros, na lavanderia ele tinha mais de oito testemunhas e iria flagrar Passaia oferecendo o dinhei-ro. “Fiquei a manhã inteira lá esperando o ex-secretário e ele não apareceu”, disse, lembrando que a Câmara fez dois relatórios, sendo que o primeiro o absolve das acusações. A defesa do parlamentar insistiu na tese de falta de provas e mostrou vídeos posteriores ao encontro entre Passaia e Marcelo Barros.

“Não houve abrandamento nenhum por parte de Marcelo Barros, pelo contrário, ele continuou denunci-ando o Executivo”, disse, observando que o que se mostrava nos vídeos não preenchia os requisitos para cassar o manda-to do parlamentar por quebra de decoro. A defesa não foi suficiente para convencer os vereadores que votaram pela cas-sação. Declararam-se impedidos de votar os parlamentares: Cido Medeiros, Alan Guedes e Pedro Pepa.

Este último se torna o titular da vaga com a cassação de Barros. Votaram a favor da cassação os vereadores: Albino Mendes, Alberto Alves dos santos, Délia Razuk, Elias ishy, Idenor Machado, Juarez Amigo do esporte, Cemar Arnal, Walter Hora e José Silvestre. Este último e alan Guedes substituíram Gino Ferreira e Dirceu Longhi, que foram impedidos pela Justiça de votar por também terem sido indiciados pala justiça no mesmo processo.

No final da sessão houve um princípio de tumulto, mas que foi rapidamente dissipado. Uma mulher foi agredida a tapas ao comemorar a cassação de Marcelo Barros.

Ao todo cinco vereadores foram cassados: Humberto Teixeira Junior, Júlio Artuzi, Paulo Henrique Bambu, Marcelo Hall (Marcelão) e Marcelo Barros. Outros quatro pediram renúncia: Sidlei Alves, Zezinho da Farmácia, Aurélio Bonatto e José Carlos Cimatti.

Os trabalhos das comissões processantes começaram no dia 15 de dezembro. Cada processo contou com mais de 200 páginas.


(1) Comentário

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A INJUSTIÇA FOI FEITA SOBRE O MARCELO BARROS, GRANDE HOMEN E PODERIA SER UM GRANDE PARLAMENTAR PARA O POVO DE DOURADOS, MAS CAIU EM GOLPE PELOS MAIORES EXPERIENTES, INFELIZMENTE ESSA POLITICA É SUJA, MAS AGORA O QUE QUEREMOS E QUE DEIXE O ARTUZI FALAR, MUITOS AI PARA CAIREM, COMO O GOVERNADOR, SENADORES, E DEPUTADOS, MAS É CLARO QUEA NOSSA JUSTIÇA NÃO MEXER COM OS GRANDE, POIS SÃO TODOS CORRUPTOS E MERCENÁRIOS E POVO SOFRE COM ESSA CALAMIDADE CORRUPTA, E VAI SER ASSIM ENQUANTO O POVO NÃO PARAR DE DE VENDER TAMBÉM,

 
ROBERT LIMA em 06 de abril de 2011 às 09:51