Novas tecnologias são analisadas por bispos e comunicadores
Da Canção Nova
“A partir da Revolução Industrial não comunicamos um para o outro. E, sim, um para muitos”, afirmou o professor da Universidade de São Paulo, doutor Mauro Wilton de Souza. Na primeira palestra desta quarta feira, 13, no [1º Seminário de Comunicação dos Bispos do Brasil (Secobb)])http://www.secobb.com/seminario/), a evolução dos modelos de comunicação foi destaque.
Segundo Wilton, a sociedade está em constante mutação e, hoje, o modelo capitalista de comunicação – emissor, receptor e mensagem – já é redesenhado. Os cyberespaços quebram a estrutura vertical e tornam todo emissor um receptor.
O professor citou as redes sociais como novos paradigmas de uma sociedade plural, que precisa se comunicar e resgata um elemento esquecido da antropologia: as comunidades. Os grupos de relacionamento virtual são capazes de trazer o indivíduo para o coletivo a uma velocidade impressionante. Como exemplo, ele conta um caso curioso pelo qual passou recentemente. “Outro dia, quando saí de uma aula na USP, alguém disparou – 'Professor, o pessoal no Twitter adorou a sua aula!' Minha aula havia sido 'twitada' e, assim, ultrapassado os muros da universidade”, declarou.
O professor conta também que tantas tecnologias e conexões implicam em uma série de responsabilidades. “Precisamos ficar atentos ao mundo, ao que está acontecendo. Hoje, todos nós somos jornalistas. E precisamos agregar ética, transparência e verdade aos fatos, para que erros como os da imprensa britânica, que chocaram o mundo recentemente, não se repitam”, afirmou.
O Cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, encerrou a manhã de debates e lembrou episódios em que a culpa foi lançada à instituição. Acusações como: “A Igreja católica foi aliada da ditadura militar. A Igreja católica promoveu o nazismo e o holocausto. Igreja católica promove pedofilia”, ressaltou. Um exemplo da falta de comunicação, o que exige reflexão.
Dom Odilo fez um apelo para que a Igreja se comunique mais e melhor. “Nós comunicamos pouco a nossa verdade. Não só a da fé, mas a verdade eclesial, o que somos e como vivemos. Muitas vezes não comunicamos os trabalhos sociais. As pessoas devem saber mais sobre os trabalhos da Igreja”.
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