Pãozinho e afins podem ter alta de até 30% nos próximos dias

A alta em vários ingredientes do café da manhã elevou entre 25% a 30% os preços nos últimos 60 dias. Os principais produtos que sofreram mudanças bruscas nos valores foram o pão francês e os derivados do leite.

A diferença ainda não foi repassada aos clientes, mas, se o cenário continuar na próxima semana, o aumento no valor do quilo do pão francês já poderá ser percebido. Entre os principais motivos do aumento está a série de restrições impostas recentemente pelo governo argentino à exportação de trigo ao Brasil.

O país vizinho é o principal fornecedor do produto para os brasileiros. Segundo informações de Sidnei César Castilho de Moraes, gerente de uma padaria em Dourados, o produto é responsável por 70% do preço do pão francês. “Há 60 dias nós estávamos pagando R$ 87,00 no saco de 50 quilos de farinha. Na última aquisição pagamos R$ 115,00. Já estamos suportando estes aumentos nos valores há alguns dias. Se continuar dessa forma vamos ter que fazer uma correção no preço e ter que repassar para o consumidor”, enfatizou Sidnei.

Além do pão francês, outros produtos que estão sofrendo altas são os derivados do leite. O motivo seriam as geadas e estiagens dos últimos dias. “Tudo que é derivado do leite já teve aumento. O valor do próprio litro do leite nas padarias e mercados está mais caro. Isso é decorrente da situação que o campo está enfrentando e acaba refletindo para o consumidor”, ressaltou o gerente.

Outro ponto que Sidnei explica para o provável aumento no preço do pão é a baixa produção de trigo no país. Ele ressalta ainda que muitos atravessadores compraram o produto na Argentina quando o preço ainda estava baixo e agora estão especulando com os valores. “Temos que comprar um trigo de boa qualidade, por conta de não utilizarmos produtos com aditivos na confecção do pão. Por isso, quem tem esse produto estocado acaba colando um valor muito acima do que era comercializado antes”, enfatizou. Até mesmo a mão de obra qualificada está sendo um empecilho para os empresários. “Se queremos que nossos padeiros e confeiteiros sejam bons, temos que investir neles. Quando encontramos um profissional preparado acabamos pagando mais caro pela sua mão de obra” conclui.

Segundo Marcelo Farias, diretor de uma cooperativa em Dourados, a produção de trigo tem caído com o passar dos anos. “Esta inviável cultivar trigo e os agricultores estão optando por outras variedades”. Este ano a área plantada de trigo caiu mais de 20% comparado ao ano passado.


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