Paraguai confirma foco de aftosa e suspende exportações de carne


Do Dourados News
Cerca de 819 animais serão sacrificados, conforme informações da Secretaria Nacional de Sanidade do Paraguai. Vírus foi detectado em 13 cabeças de gado. Foto: Divulgação (imagem meramente ilustrativa)

As autoridades paraguaias confirmaram um foco de febre aftosa em região do Departamento de San Pedro. Por causa do foco, o Paraguai suspendeu por dois meses a exportação de gado. Cerca de 800 animais deverão ser sacrificados. O vírus da febre aftosa foi detectado em 13 cabeças de gado.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, deve decretar ainda hoje situação de emergência sanitária na região onde foi detectado o foco. As autoridades sanitárias iniciaram começaram a instalar barreiras de contenção. Com esse foco, o Paraguai perde status sanitário e fica fora do mercado externo de carne, que é uma das principais fontes de divisas do Paraguai.

A Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) foi comunicada pelos próprios pecuaristas paraguaios da existência do foco. De acordo com o jornal ABC Color, 819 animais da fazenda Santa Helena, administrada pelo presidente da Assocaição Rural do Paraguay em San Pedro, Silfrido Baumgarten, serão sacrificados, conforme informações da Secretaria Nacional de Sanidade (Senac).

O Departamento de San Pedro tem população de aproximadamente 360 mil habitantes. É o segundo produtor de carne do Paraguai. Faz divisa ao Norte com o Departamento de Concepcion, Caaguazú ao Sul, Canindeyú ao Leste, com Presidente Hayes a Oeste e com o Departamento de Amambay no Nordeste.

Secretária de Produção e Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, diz que a situação Secretária de Produção e Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, diz que a situação "é de absoluto controle" já que o local onde está o foco não faz fronteira com o Estado. Foto: Divulgação/Campo Grande News

Brasil

A suspeita de focos de febre aftosa no Departamento de San Pedro, confirmada hoje, levou autoridades de defesa agropecuária a formarem um grupo de inspeção formado por cinco países – Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e o próprio Paraguai.

Do Brasil foi designado um técnico da Superintendência Federal de Agricultura (SFA). Ele seguehoje para o Paraguai e se junta a outros técnicos dos países vizinhos.

A secretária de Produção e Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, disse ontem (18) que o governo do Estado foi informado da situação, que ‘é de absoluto controle’ e não há razão para preocupação porque a região onde há suspeita de circulação do vírus não faz fronteira com o Estado.

O Departamento de São Pedro, no entanto, faz divisa com o Departamento de Amambay, que faz fronteira de Mato Grosso do Sul. O local da inspeção fica a pouco mais de 130 quilômetros dessa linha internacional com o Brasil. Os municípios mais próximos são Amambai e Iguatemi. Erradicação

Mato Grosso do Sul busca erradicar a febre aftosa desde 1999, tendo passado por duas situações de contaminação até a obtenção do certificado de área livre com vacinação conferido pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) em fevereiro deste ano. A primeira em 2000, e a última em 2005, quando foi detectado o vírus em Eldorado e desencadeou a maior operação de combate à aftosa no Estado, com a interdição de 1.268 propriedades e sacrifício de 34.332.

O Estado havia conquistado em 2001 o status de área livre de febre aftosa com vacinação. Mas o surgimento dos focos em 2005 levou o Estado a desencadear operações para manter o certificado.

Para eliminar todo risco de contaminação, o Governo do Estado confinou quase 1 milhão de cabeças de gado na ZAV, com abrangência sobre 3.536 propriedades em 11 municípios ao longo de 700 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai.

Os programas de erradicação da febre aftosa da América do Sul mantêm uma cobertura de 100% do território (17,6 milhões de km2), com uma população animal estimada em mais de 325 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. Desse total, cerca de 88% são reconhecidos OIE como livres da doença. Apenas 11,2% estão em áreas que não são consideradas imunes da doença.

Durante 2010, os países sulamericanos, exceto Equador e Venezuela, não registraram a ocorrência de febre aftosa. No ano passado, os serviços veterinários oficiais atenderam a 1.210 notificações de rebanhos infectados com sintomas de outras doenças vesiculares. A maior parte ─ 650 casos ─ ocorreu na Colômbia, seguida de 313 registros no Brasil, 117 no Equador e 101 no Peru.

No ano passado, na América do Sul, foram disponibilizadas 567,2 milhões de doses de vacina contra febre aftosa para uso nos programas nacionais de erradicação.

(Fonte: Campo Grande News)



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