Práticas brasileiras como exemplos sustentáveis e equitativos


No momento em que a comunidade internacional se prepara para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2011 aponta os desafios para que o mundo alcance um progresso sustentável e equitativo. Para o Brasil que, por sediar a Rio+20 se tornará foco das atenções do mundo em junho de 2012, o tema sustentabilidade não poderia ser mais pertinente. Segundo o RDH 2011, o país tem se destacado mundialmente em relação aos investimentos e usos de fontes de energias renováveis, que respondem por 44,5% de toda a oferta de energia primária. O número é próximo do registrado pela Noruega (número 1 no ranking global do IDH 2011) e seis vezes maior do que os índices registrados na Europa e na Ásia Central.

Outro componente em que o país se destaca nos indicadores de sustentabilidade é o das emissões de dióxido de carbono. O Brasil emitiu em 2008, de acordo com o relatório, um total de 2,1 toneladas per capita, enquanto a China emitiu um total de 5,2 toneladas per capita. Nos países que ocupam o topo do ranking do IDH, este número é muito maior. Nos Estados Unidos, por exemplo, a emissão per capita de CO2 estava em 17,3 em 2008. O grande desafio de países do BRICS, como China, Índia e Brasil, é conciliar o desenvolvimento econômico e social com os critérios de sustentabilidade. Percebemos por este relatório que, de 1970 a 2008, o ritmo de crescimento anual do Brasil na emissão per capita de dióxido de carbono foi de 2%, enquanto na China este número foi de 4,6%, ou seja, mais que o dobro”, constata o economista do PNUD Brasil.

Iniciativas locais de apoio às comunidades pobres podem ser, ao mesmo tempo, ambientalmente vantajosas e altamente eficientes em termos de custos. Como exemplo, é citado o Programa Bolsa Família, do Brasil, que ao custo de 0,4% do PIB, aproximadamente, tem fornecido redes de proteção social para cerca de um quinto de sua população.

De maneira geral, o relatório “Sustentabilidade e equidade: Um futuro melhor para todos” alerta que o progresso do desenvolvimento nos países mais pobres do mundo pode ser interrompido ou mesmo revertido até meados do século, caso não sejam tomadas medidas arrojadas para reduzir as variações climáticas, evitar mais danos ambientais e diminuir as desigualdades profundas existentes tanto dentro de cada nação quanto entre elas.

O relatório argumenta que a sustentabilidade ambiental pode ser mais justa e eficazmente alcançada se forem abordados temas como as disparidades em saúde, educação, renda e gênero, juntamente com a necessidade de uma ação global sobre a produção de energia e a proteção dos ecossistemas. Desse modo, a sustentabilidade deve ser abordada como uma questão de justiça social básica, tanto para as gerações atuais como para as futuras.

(Fonte: PNUD)

Antonio Weber
Agroecologista com certificação orgânica - IBD



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