Ativista chinês ganha Prêmio Nobel da Paz

Dissidente político, Liu Xiaobo foi escolhido pela academia norueguesa.

Ele cumpre pena de 11 anos de prisão por manifesto por democracia.


Do G1

O ativista chinês Liu Xiaobo ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010. Professor e defensor da democracia na China, Xiaobo está preso desde dezembro de 2008. Ele foi condenado a 11 anos de prisão por ter publicado um manifesto em defesa da liberdade de expressão e de eleições multipartidárias no país. Ele vai receber um prêmio de U$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,7 milhões).

Xiaobo é o mais famoso dissidente político chinês. Ele foi considerado um problema pelo governo do país desde 1989, quando se juntou aos protestos estudantis na Praça da Paz Celestial.

Cartazes pedem a libertação do dissidente chinês Liu Xiaobo durante protesto por democracia na China (Foto: AP)

Ele tem sido um dos críticos mais combativos do Estado de partido único da China, e seus comentários públicos têm frequentemente irritado o governo, que insiste que a China é um país com o Estado de direito e que respeita os direitos humanos fundamentais.

Xiaobo tem 54 anos e foi condenado a 11 anos no Natal de 2009 por fazer campanha para as liberdades políticas. Sua condenação foi rejeitada internacionalmente por grupos de direitos humanos, Washington e muitos governos europeus.

Ao anunciar o prêmio, o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que a China, segunda maior economia mundial, deveria assumir "mais responsabilidades" devido a seu cada vez mais importante papel no cenário internacional. O Prêmio Nobel da Paz é tradicionalmente entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.

'Obscenidade'

O governo da China condenou fortemente a concessão do Prêmio Nobel da Paz para o dissidente Liu Xiaobo, que está preso, qualificando-a de "uma obscenidade" que vai contra os objetivos da premiação.

A decisão vai prejudicar as relações sino-norueguesas, diz um comunicado do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, colocado em seu website, www.mfa.gov.cn.

"Esta é uma obscenidade contra o prêmio da paz", disse Ma.


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