Segundo Cimi, indígenas vivem 30 anos menos que demais brasileiros
Do MS Já
A expectativa de vida entre indivíduos das etnias Guarani e Kaiowá não é das mais altas. Os dados são do Relatório de violência contra os Povos Indígenas no Brasil – CIMI - 2003 – 2010, divulgado no começo deste mês pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi do Mato Grosso do Sul, entidade ligada à Igreja Católica mostram isso.
Enquanto no mundo a média de vida de um ser humano é de 65 anos de idade e no Brasil de 75 anos, entre os indígenas da etnia citada é de apenas 45 anos. A má qualidade de vida seria responsável por essa “diminuição”.
A falta de terras tradicionais para reproduzir seu estilo de vida seria um dos motivos que afetam diretamente na falta de qualidade de vida. Em todo o Estado são 73 terras em disputa e sem solução, reivindicadas por produtores rurais e indígenas. Só em Dourados são quatro Curupaity, Jatei Kue, Tujukua e Toro Piré.
Mais boi que gente
Dados do relatório mostram que atualmente as terras indígenas, Kaiowá, Guarani, Terena, Guató, Kinikinau e Ofayé, somam pouco menos de 140 mil ha e correspondem a 0,39% do território sul-matogrossense.
“Destas terras, estão na posse efetiva dos indígenas pouco mais de 50%, ou seja, em torno de 75 mil ha. O restante, boa parte delas, por força judicial, ainda estão na posse de diversos tipos de produtores rurais e empresas ligadas ao agronegócio. Em se tratando das terras Kaiowá Guarani em estudos (já identificadas) e dos acampamentos, este percentual de posse efetiva dos indígenas, cai para menos de 5%, isto é, cerca de 2600 há”, atesta o Cimi.
A entidade critica a posse da pecuária por sobre terras que na opinião deles poderia estar abrigando humanos. “O absurdo é tão desumano que, cerca de 70 mil cabeças de gado, das mais de 22,3 milhões que o Estado de Mato Grosso do Sul possui, ocupam área equivalente às que estão na posse efetiva dos povos Kaiowá, Guarani, Terena, Guató, Kinikinau e Ofayé. (...) Segundo o presidente da associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul – a Crissul, a taxa de lotação média, na pecuária sul-matogrossense não chega a um animal por hectare”, comparam os missionários do Cimi.
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