Sobe para 22 o número de mortos na Alemanha por surto de bactéria
Do DouraNews
O número de mortos na Alemanha como conseqüência do surto da bactéria E. coli Enterohemorrágica (EHEC) subiu a 22, anunciou nesta terça-feira o Instituto Robert Koch de Berlim, que não deu detalhes sobre a identidade da última vitima fatal.
O instituto precisou que 15 das 22 vítimas morreram afetadas pela síndrome hemolítica-urêmica (SUH) e sete por outras causas derivadas da grave infecção, que até o momento afetou cerca de duas mil pessoas na Alemanha e cuja origem continua sendo um mistério.
O organismo acrescentou que as mortes se concentram em estados da metade norte do país, com, entre outras, seis mortes na Baixa Saxônia, cinco em Schleswig-Holstein, quatro na Renânia do Norte-Vestfália e três em Hamburgo.
A ministra de Agricultura e Defesa do Consumidor alemã, Ilse Aigner, rejeitou as críticas contra as autoridades alemãs por sua ineficiente gestão da crise e até por informações contraditórias.
"Na atual situação, trabalhamos todos juntos", afirmou Ilse em entrevista à cadeia de televisão pública alemã "ARD".
Apesar dos primeiros testes realizados em uma fazenda de sementes germinadas da Baixa Saxônia terem sido negativos, o ministério competente insistiu que se mantêm as suspeitas de que essa empresa pode ser o foco principal da doença.
As autoridades sanitárias desse estado informaram ontem da ausência de E. coli nas primeiras 23 mostras de brotos vegetais analisados, às espera dos resultados de outras 17 análises que podem ser divulgadas nesta terça-feira.
Enquanto isso, o Ministério federal de Agricultura e Defesa do Consumidor mantém o alerta e recomenda não consumir brotos vegetais crus, assim como tomates, pepinos e alfaces ou outras verduras cruas para saladas no norte do país.
COMPENSAÇÕES PARA AGRICULTORES
A Comissão Européia (CE) anunciou na segunda-feira (6) a intenção de propor compensações financeiras para os agricultores europeus que tiveram prejuízos com o surto de bactéria.
Na Espanha e na Alemanha, muitos descartaram colheitas inteiras. Além disso, os alertas fizeram com que o consumo fosse drasticamente reduzido, aumentando as perdas milionárias para produtores em todo o continente.
SURTO
O atual surto foi causado por uma variedade supertóxica de E. coli, que normalmente pode ser encontrado nas fezes de humanos e animais e pode se espalhar com maus hábitos de higiene desde a fazenda até o preparo do alimento.
O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias e a maioria de pacientes se recupera em dez dias. Mas em uma pequena parte dos pacientes principalmente crianças e idosos a infecção pode levar à Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), causada por uma toxina específica desta variedade de E.coli que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.
Nestes casos, o risco de mortalidade fica entre 3% e 5%, segundo dados da OMS. O SUH é a causa mais comum de insuficiência renal grave em crianças e pode causar complicações neurológicas em até 25% dos pacientes e deixar seqüelas.
O Centro de Controle de Doença e Prevenção dos EUA afirmou ter dois relatos anteriores desta cepa uma mulher de 29 anos na Coréia do Sul, em 2006, e alguns casos na Geórgia em 2009, mas nunca um surto como o atual.