Superlotação pode travar hemodiálíse em Dourados
Ampliação de Clinica não atenderá demanda e pacientes continuarão sendo levados para Ponta Porã até vagas se esgotarem
Dourados Agora
A superlotação nos atendimentos de hemodiálise em Dourados pode “travar” o serviço em menos de 3 meses. A previsão é do presidente da Associação dos Renais Crônicos de Dourados (Renasul), José Feliciano Paiva.
Segundo ele, hoje 45 pacientes que deveriam ser atendidos em Dourados vão para Ponta Porã, que está com as vagas se esgotando. Isto poderá obrigar o município a recorrer a Campo Grande, que também já registra notícias de superlotação nos atendimentos.
“Na capital até a transferência de trânsito de pacientes é difícil. Às vezes, até um simples exame demora meses. Se os nossos representantes deixarem o serviço travar, novas vagas só serão disponibilizadas se pacientes em hemodiálise conseguirem o transplante ou se vierem a óbito, o que será revoltante”, destaca. Conforme ele, nem mesmo a ampliação da Clínica do Rim de Dourados, que tem previsão de ser entregue em um mês vai resolver o problema de falta de vagas. Feliciano conta que, com demanda de 45 pacientes, a Clínica vai criar 30 novas vagas, deixando um déficit de ao menos 15 pacientes somente hoje.
“Daqui a três meses, estes números estarão maiores e daqui um ano, para onde o município vai destinar tanto renal crônico em tratamento?”, indaga. Outro motivo de preocupação é que a Clínica do Rim tem um limite de atendimentos previstos no Ministério da Saúde. No total, pode atender até 200 pacientes pelo Sus. Em junho deste ano, a unidade registrou, segundo Feliciano, 187 pacientes.
“Com a volta de 30 pacientes que estão em Ponta Porã, mas que serão atendidos em Dourados, se esgotam as vagas de atendimento na Clínica do Rim, obrigando o município a continuar o convênio com Ponta Porã até as vagas de lá se esgotarem”, destaca. Feliciano explica que hoje a Clinica é contratada para efetuar 1,6 mil sessões de hemodiálise por mês, mas realiza até 1,8 mil; cerca de 200 sessões a mais do que o previsto. “Outra questão urgente é que a partir das vagas escassas em Ponta Porã, os pacientes começarão a passar por seleção. Talvez nem todos consigam a vaga”, alerta.
Feliciano diz que também teme que problemas na estrutura da ampliação da Clinica do Rim atrasem ainda mais a inauguração, que estava prevista para dezembro do ano passado.
“Recebemos a informação de problemas na parte elétrica da unidade, que estaria em 110 V quando as máquinas de hemodiálise operam em 220V, falta de sala para a separação do lixo, além de problemas na rampa e na porta da frente. Vamos analisar uma a uma e pedir agilidade na obra, cujos recursos totais destinados no valor de R$ 500 mil já teriam sido todos gastos na obra”, destaca.
O presidente defende que uma nova unidade seja credenciada o quanto antes em Dourados. “Há anos é urgente a implantação do serviço de Terapia Renal substitutiva em Dourados. Para se ter uma idéia, temos ofícios que vão desde 2006 relatando o descaso com os pacientes e pedindo pelo amor de Deus para que a Unidade seja credenciada o quanto antes. A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) pediu o credenciamento, mas não o tirou do papel”, lamenta.
O diretor do Hospital Evangélico, Mauricio Peralta, diz que a obra será entregue em um mês e que não há nenhum erro no projeto. A Prefeitura de Dourados disse em março desse ano que estaria na luta pelo credenciamento de outra unidade.
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