UEMS ameaça declarar greve e mais de 7 mil universitários poderão ficar sem aula
Do Dourados News - por Gabriel Landa
A UEMS ( Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul)que possui em torno de oito mil acadêmicos matriculados em 15 cidades do estado, decidiu fazer uma paralisação interna em todas as suas unidades no próximo dia 29 de agosto(quarta-feira).
No último dia 14 foi realizada uma assembleia da ADUEMS (SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO Sul), onde professores discutiram e votaram ações que devem ser tomadas sobre o Decreto 13.467 (decreto feito pelo governador, que obriga a todas as entidades públicas a reduzirem seus gastos em 20%). Ficou claro que as unidades da UEMS não podem diminuir os gastos que já estão reduzidos ao máximo.
Os professores votaram e escolheram a ação que vão tomar, e será dividida em quatro etapas, que são as seguintes:
*Confecção de materiais explicativos sobre a importância da UEMS para a população do MS e como ela será prejudicada com a nova decisão do governador;
*Fazer a paralisação no dia 29;
*Em setembro a ADUEMS e o DCE (Diretoria Central de Estudantes) planejam fazer reuniões com assembleias municipais para pressionar sobre as medidas tomadas;
*Realizar a assembleia com o governador antes das eleições, caso não retirar a nova medida, a universidade irá declarar greve;
No dia 22 de agosto os acadêmicos planejam paralisar algumas das ruas centrais de Dourados para mostrar para a cidade sobre a questão da universidade. A paralisação acontecerá no cruzamento das Avenidas Presidente Vargas e Marcelino Pires às 17h30. Os estudantes planejam levar banners, cartazes e folders para poder divulgar para a população tudo o que ocorre.
Rafael Dias, presidente do DCE conta que a paralisação dos acadêmicos no dia 22 não é pela redução dos 20% das verbas da UEMS, mas sim por todo o descaso que o governo estadual tem com a universidade “A diminuição dos vinte por cento é apenas um dos fatores, o governador diz que aumentou os repasses, mas ele retirou a autonomia financeira da UEMS e só repassa restos, há cinco anos era para a universidade receber R$ 90 milhões anualmente, porém o governo repassa apenas R$ 49 milhões e a universidade cresceu, criaram-se novos cursos, e esta verba não supri as necessidades da UEMS” conta Rafael.
“Nós não lutamos para que o governador retire o Decreto de diminuição dos vinte por cento na verba, mas sim para que repasse o que a universidade realmente precisa para ter cursos de qualidade, não queremos que continue sendo uma universidade que sobrevive de subsídios”, reivindica Rafael.
O acadêmico Renan Garibe Rigo afirmou que a luta dos professores também é dos alunos. “A greve foi iniciado pelos professores, os alunos aderiram a causa por também estarem estudando em uma universidade sucateada. A greve é de toda a comunidade acadêmica” disse.
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