15/08/2019 09h13
Abusos na celebração do Matrimônio
Por : Pe. Fernando Lorenz
Caro (a) leitor (a) nesta edição iremos refletir alguns aspectos pastorais da celebração do matrimônio a fim de contribuir à participação ativa e frutuosa por parte dos noivos, dos convidados e das pessoas envolvidas na execução das tarefas.
O bom senso nessas ocasiões é uma virtude fundamental quer da parte do assistente eclesiástico, dos noivos, da decoração, da música, do cerimonial, dos fotógrafos e dos padrinhos. Infelizmente em algumas celebrações as pessoas não revelam essa virtude quer nas roupas utilizadas pelas noivas e pelas madrinhas que parecem desfilar quando entram pelo corredor central, quer nos olhos das pessoas que se preocupam em escolher o vestido mais brilhoso. Muito louvável a atitude de algumas paróquias em pedir para que os padrinhos já se posicionem em seus lugares para aguardar a entrada dos pais e dos noivos. Um convite para voltar os nossos olhos para aquilo que é essencial na celebração do matrimônio. Por outro lado, para não atrasar a celebração os padrinhos poderiam entrar quinze minutos antes do início da celebração, sem falar que em algumas celebrações quem atrasa a cerimônia, são as madrinhas que chegam atrasadas.
Penso que é uma grande falta de respeito quando a noiva decide se atrasar voluntariamente deixando os convidados e o assistente eclesiástico esperando vários minutos. Claro que é uma oportunidade para exercitar a santa paciência! Vale lembrar que muitos noivos reclamam de pagar uma pequena taxa para a manutenção da Igreja, mas não medem esforços para gastar altos valores em outras coisas, muitas vezes, supérfluas.
Sem falar de um novo modismo de fazer uma celebração na Igreja e outra no salão de eventos com a justificativa de que nem todos vão à Igreja. Isso descaracteriza o sentido do matrimônio reduzindo-o num evento social. Pior ainda quando fazem casamentos fora da Igreja e chamam padres de outras localidades sem a autorização prévia do bispo local, gostaria de saber onde esses "matrimônios" são registrados? Bom, penso que para quem tem essa atitude isso não importa, porque talvez seus interesses sejam outros. Quando isso ocorrer lamento dizer aos noivos que a celebração do sacramento do matrimônio é ilícita e inválida, ou seja, não se alcança a eficácia sacramental. Talvez para aqueles que reduzem a fé aos seus caprichos o que a Igreja tem a dizer não importa.
É lamentável afirmar que a indústria do casamento quer se sobrepor ao verdadeiro significado do sacramento do matrimônio. E não me refiro apenas a esses que fazem o que querem na celebração do casamento, mas também aqueles que não se casam na Igreja dizendo que é muito caro, esses caem no mesmo erro dos outros, reduzem o sacramento ao fato econômico! Garanto que as paróquias não fazem apelos aos noivos para contratarem diversos serviços para a realização do matrimônio.
Contudo, é necessário que nas paróquias se tenha uma equipe litúrgica da celebração do matrimônio, e que os noivos se dediquem com o mesmo vigor que organizam a festa ao processo de preparação espiritual para esse acontecimento especial em suas vidas. Que essas indagações nos ajudem a voltar ao essencial da celebração do matrimônio. Deixemos Deus falar aos nossos corações e nos preocupemos menos com os acessórios.