10/01/2017 07h36

Agência do Vaticano denuncia situação das prisões no Brasil

Agência de Notícias Fides distribui nota internacional denunciando situação das prisões brasileiras.

"Falar de cárcere significa falar de uma fábrica da tortura, que produz a violência e produz monstros. É um ambiente estressante e barbárie é constante", diz o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária no Brasil em texto enviado à Agência Fides. Após a notícia da tragédia que aconteceu no início de janeiro na penitenciária Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde, segundo a Secretaria da Segurança Amazonas foram mortas 56 pessoas, existem muitas queixas de famílias e instituições que colaboram no cuidado de prisioneiros neste centro e em outros centros penitenciários do país.

"Nós só encontramos pessoas feridas, celas cheias e alimentação ruim. O que aconteceu com Compaj, acontece em diferentes lugares do Brasil, no Rio Grande do Norte, em Rondônia e Paraná ... É uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, em todo o país ", reiterou padre Valdir.

De acordo com o padre, todos os dias há diferentes distúrbios no país, mas apenas os mais importantes são relatados na imprensa. As revoltas são motivados por superlotação e talvez só vai diminuir após o governo tomar uma série de medidas. A primeira seria a de prestar assistência jurídica aos presos, que passam muito tempo de espera antes de serem processados. O sacerdote destacou que muitos presos que estão à espera de julgamento estão em celas com presos já condenados.

De acordo com as últimas agências de notícias locais, a situação não é pacífica e o governo, há poucas horas, autorizou envio de forças federais para três estados (Amazonas, Rondônia e Mato Grosso) para conter os motins nas prisões destas regiões. Após o caso de Manaus, houve o massacre de Monte Cristo, em Boa Vista (Roraima), em 06 de janeiro, onde foram mortos 33 presos, de acordo com a imprensa local em retaliação aos fatos de Manaus.

(Agência Fides,/09/01/ 2017)


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