05/05/2022 07h56
Cardeal Parolin: esperamos um sinal de Moscou para dialogar
Secretário de Estado do Vaticano reafirmou o desejo expresso pelo Papa de encontrar pessoalmente o presidente Putin para chegar a uma solução para o conflito na Ucrânia
CNBB
Após a repercussão da fala do Papa Francisco em entrevista divulgada na última terça-feira, 3, pelo jornal italiano Corriere della Sera, foi a vez do secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin afirmar:
"Francisco está pronto para voar até Moscou, a Santa Sé está pronta para fazer todo o possível para deter a guerra, espera-se somente um sinal de abertura por parte da Rússia".
O purpurado deu a declaração no final da tarde desta quarta-feira, 4, na apresentação do livro de Cesare Catananti, "La scomunica ai comunisti".
Protagonistas e antecedentes nos jornais do Santo Ofício (A excomunhão dos comunistas. Protagonistas e antecedentes nos documentos do Santo Ofício), o cardeal Parolin falou por alguns minutos com jornalistas, que lhe pediram que comentasse as últimas palavras do Pontífice.
- Porta aberta para o diálogo
"Penso que neste momento não há outros passos a serem dados. O Santo Padre se ofereceu para ir a Moscou, para se encontrar pessoalmente com o presidente Putin. Estamos esperando que eles nos digam o que querem, o que pretendem fazer. Não creio que haja mais medidas a serem tomadas por parte do Santo Padre", disse o cardeal.
Segundo Dom Parolin, a porta está bem aberta para a possibilidade de iniciar um diálogo construtivo que possa fazer silenciar as armas que vêm martelando a Ucrânia há mais de dois meses.
Na entrevista ao jornal italiano, Francisco havia recordado a carta enviada pelo Secretário de Estado ao Kremlin na esperança de que o presidente russo concedesse uma janela de oportunidade para o diálogo.
- Patriarcado russo
O Patriarcado russo também reagiu à entrevista de Francisco em uma declaração criticando as observações feitas pelo Santo Padre sobre a video-chamada entre o Pontífice e Kirill em 16 de março, falando que o tom estava "errado". Mas, para além dos tons, permanece o desejo de fazer todo o possível para reconstruir os equilíbrios internacionais danificados pela guerra.
"O mundo precisa de paz, respirar paz é saudável", repetiu Francisco há alguns dias, para que a força da fraternidade possa prevalecer no final.
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