19/06/2019 09h06

Corpus Christi: a celebração da presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados com a Santa Missa

"A celebração de Corpus Christi (Corpo de Cristo) nos dá oportunidade de refletir especialmente uma das várias dimensões presentes na eucaristia: o louvor e ação de graças (eucaristia = ação de graças), destaca em seu artigo o bispo de Santa Cruz do Sul, dom Aloísio Alberto Dilli.

Anualmente, a Solenidade de Corpus Christi, também conhecida como a Festa da Eucaristia, é celebrada na quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade, este ano dia 20 de junho. Neste dia, os cristãos celebram a presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados com a Santa Missa, seguida de uma grande procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264. A origem da celebração remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII.

Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264. Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo com a confirmação bula Transiturus de hoc mundo, pelo papa Clemente V em 1314.

Segundo o texto de dom Aloísio, o grande objetivo do Corpus Christi é realizar uma manifestação pública de fé na presença real e permanente de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento e externar perene gratidão por estar entre nós, "do nascer ao pôr do sol" (Oração Eucarística III).

Dom Aloísio Alberto Dilli

Dom Aloísio Alberto Dilli

"Na solenidade de Corpus Christi, além de louvar e agradecer a Jesus eucarístico pela sua presença entre nós neste sacramento, desejamos, igualmente, apresentar-lhe o que de melhor e mais nobre possuímos, através de brilhante ostensório, dignos sacrários em nossos templos e ruas enfeitadas de belos símbolos religiosos", destaca o bispo.

Dom Aloisio ressalta ainda que "não podemos esquecer o mais importante, ou seja, entrar em comunhão com Ele, acolhê-lo como divino hóspede em nossos corações, em nossa vida, e sermos sacrários vivos, portadores do Senhor em nosso convívio familiar e em nossos ambientes de trabalho e de convivência na sociedade. Saibamos honrar sua presença na eucaristia, seja nos locais e objetos preciosos, seja em nós mesmos e nos irmãos e irmãs que vivem ao nosso lado, sobretudo os necessitados".

É nesse clima fraterno que os fieis se unem durante a madrugada que antecede a celebração do Mistério Eucarístico para a confeccionarem os tradicionais e famosos tapetes de Corpus Christi. Materiais como borra de café, farinha, areia, sal, serragem, e os recicláveis, como tampinhas de garrafas, bagaço de cana, casca de arroz, flores e folhas, dão forma e cores ao caminho por onde passará o Corpo de Cristo. A confecção dos tapetes é um hábito que ganhou todo o Brasil com a chegada da colônia portuguesa.


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