30/08/2018 08h44

Desemprego recua para 12,3% em julho, mas ainda atinge 12,9 milhões de pessoas, diz IBGE

Desalento bate recorde e atinge 4,8 milhões de brasileiros. Taxa de força de trabalho subutilizada ficou em 24,6%, o que significa que falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros.
G1

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,3% no trimestre encerrado em julho, na quarta queda mensal consecutiva, mas ainda atinge 12,9 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando havia 13,3 milhões de desempregados no país, a população desocupada caiu 3,4%.

Os dados do IBGE mostram, entretanto, que a queda da taxa de desemprego tem sido puxada pelo grande número de brasileiros fora do mercado de trabalho, subocupados ou que simplemente desistiram de procurar emprego.

Desalento cresce 17,8% em 1 ano

O número de desalentados (que desistiram de procurar emprego) voltou a bater recorde, atingindo 4,818 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em julho, segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Em 1 ano, o crescimento é de 17,8%, ou um aumento de 728 mil no número de desalentados.

Segundo o IBGE, o contingente fora da força de trabalho também é recorde, considerando os trimestres comparáveis. O número de brasileiros que nem trabalham nem procuram emprego atingiu 65,5 milhões.

Falta trabalho para 27,6 milhões

A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,5% no trimestre encerrado em julho, ante 24,6% no trimestre de abril a junho. Ou seja, ainda falta trabalho para 27,6 milhões no país.

Veja o que são considerados trabalhadores subutilizados e quantos estavam nessa condição no trimestre encerrado em julho:

  • 12,9 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias

  • 6,6 milhões de subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;

  • 8,1 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): grupo que inclui 4,8 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,3 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

A população subutilizada (27,6 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (27,5 milhões). Em relação a igual trimestre de 2017 (26,6 milhões), este grupo cresceu 3,4%, um adicional de 913 mil brasileiros subutilizados.

Já o número de subocupados passou de 6,5 milhões no trimestre encerrado em junho para 6,6 milhões no trimestre encerrado em julho.

Trabalho com carteira e informal

O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33 milhões) ficou estável. Já o número de empregados sem carteira de trabalho (11,1 milhões) ficou estável em relação ao trimestre anterior e subiu 3,4% (mais 368 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017.

A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,1 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2018. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,1% (mais 483 mil pessoas).


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