06/01/2016 08h07
Dourados notifica primeiros dois casos de Zika Vírus
Douradosnews
Dourados notificou os dois primeiros casos de Zika Vírus em dois adultos que podem ter contraído a doença na cidade, segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica da prefeitura. As notificações ocorreram neste mês de janeiro e não estão vinculadas aos três casos de microcefalia que já estavam sob investigação por possível associação ao vírus.
“Os casos não foram confirmados ainda, mas temos essas duas notificações”, explica o gerente do Departamento, Devanildo Souza.
Os dois novos fatos foram registados em adultos, um homem e uma mulher que não está grávida. No caso dela, foi feita uma notificação de dengue e posteriormente também para Zika Vírus devido aos sintomas apresentados.
“Quando é feita a notificação, nós avaliamos a partir dos sintomas se está mais associado com Dengue, Zika Vírus ou Febre Chikungunya. A partir daí, nós pedimos os exames”, explica o gerente. As três doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, Aedes aegypti. No entanto, a Febre e a Zika são mais graves do que a Dengue.
- Microcefalia
Além dessas duas notificações recentes, o município ainda acompanha paralelamente desde o mês de novembro do ano passado, a situação de grávidas com filhos que tiveram microcefalia e sua possível associação com o Zika Vírus. Ao todo, são três bebês.
O primeiro caso foi logo em novembro, de uma gestante de Dourados que havia viajado para Rondônia, teve sintomas semelhantes ao do Zika e o filho dela apresentou microcefalia. A suspeita é de que ela possa ter contraído a doença no Norte do país. Os exames realizados nessa paciente para confirmar se estava ou não com Zika Vírus foram realizados em São Paulo, no entanto, segundo Devanildo, ainda não ficaram prontos. “O resultado sempre demora de dois a três meses para ficar pronto”, explica.
Ainda em novembro, a prefeitura notificou todos os casos de bebês com perímetro cefálico igual ou menor que 33 cm, que configura a microcefalia, nascidos em Dourados, para atender a um protocolo do Ministério da Saúde. Destes notificados, oito foram descartados e apenas dois seguem sob investigação, pois somente estes podem ter associação da microcefalia com o Zika Vírus. Um dos casos é de mãe douradense e outro de Bela Vista, mas que nasceu no HU/UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados). Os resultados dos exames confirmando se trata-se ou não da doença, também não ficaram prontos.
A demora para diagnosticar o Zika Vírus é um problema enfrentado em Mato Grosso do Sul, devido à quantidade reduzida de laboratórios aptos a realizar os exames para detectar a doença no Brasil. O Dourados News mostrou recentemente como isso pode esconder a presença do vírus no Estado, relembre aqui.
A chegada do vírus à cidade também era algo esperado pelas autoridades ligadas à saúde e especialistas na área. Os indícios ficaram ainda maiores depois que foram confirmados os primeiros casos de Zika na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, gêmea da brasileira Ponta Porã, que fica a apenas 120 km de Dourados, relembre aqui.
- Prevenção
O Aedes aegypti que transmite as doenças está presente “em massa” nos municípios do Estado. A prevenção para que ele não se prolifere é cada um cuidar do quintal de casa e dos terrenos baldios de sua propriedade, deixando os espaços limpos e sem recipientes ou espaços com água parada.
Devanildo lembra que a prevenção é a mesma que deve ser adotada contra a Dengue, por se tratar do mesmo mosquito. No entanto, a partir da notificação do Zika, a atenção de todos com os focos de proliferação do Aedes aegypti deve ser triplicada. “A prevenção é mesma, só que agora ele transmite três doenças, então a preocupação é claro que é maior”, relata.
Esta semana, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da Secretaria Municipal de Saúde está fazendo o Liraa (Levantamento do Índice Rápido de Aedes aegypti), com 80 agentes nas ruas. A pesquisa deve indicar as regiões da cidade onde há maior incidência do mosquito, para direcionar os mutirões de conscientização dos moradores e eliminação de focos. Ainda conforme a Secretaria, as ações este ano serão mais intensas no combate ao mosquito
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