26/09/2022 08h15
Grávidas que querem abortar na Hungria têm antes que escutar o coração do bebê
O decreto anunciado pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orban surge no momento em que os líderes do país tentam reduzir as taxas de aborto e melhorar a taxa de natalidade.
Acidigital
Entrou em vigor na Hungria uma lei que exige que os médicos façam as mães que querem abortar ouvir o som do batimento cardíaco do bebê antes de qualquer procedimento.
A modificação da lei do aborto entrou em vigor em 15 de setembro, três dias após a publicação da norma.
Com esta decisão, os médicos devem assinar um documento que comprova que as grávidas receberam "uma indicação claramente identificável dos sinais vitais do feto" antes de procederem a qualquer forma de aborto.
O decreto anunciado pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orban surge no momento em que os líderes do país tentam reduzir as taxas de aborto e melhorar a taxa de natalidade.
Num comunicado de 12 de setembro, o Ministério do Interior disse que "quase dois terços dos húngaros associam o início da vida de uma criança ao primeiro batimento cardíaco".
Ele também disse que equipamentos modernos podem detectar batimentos cardíacos no início da gravidez, o que pode fornecer "informações mais completas para mulheres grávidas".
O aborto é permitido na Hhungura nas primeiras 12 semanas de gravidez ou a qualquer momento se houver complicações graves de saúde.
Em 2012, a Hungria adotou uma nova Constituição que diz que "um feto deve ser protegido desde a concepção". Embora o procedimento nunca tenha sido proibido, no mesmo ano o governo húngaro proibiu o uso da pílula abortiva do dia seguinte.
A presidente Katalin Novak disse em um discurso recente que apoiaria "proteger a vida desde o momento da concepção".
O primeiro-ministro Orban promoveu várias políticas pró-família desde que assumiu o cargo em 2010, oferecendo incentivos para melhorar a vida familiar, incluindo incentivos fiscais, subsídios de moradia, creches financiadas pelo Estado, três anos de licença parental remunerada, férias subsidiadas e educação infantil gratuita.
Envie seu Comentário