João Paulo II e João XXIII se tornam santos

G1

Uma cerimônia inédita realizada neste domingo (27) na Praça de São Pedro, no Vaticano, e acompanhada por milhares de fiéis católicos, canonizou dois Papas: o polonês João Paulo II e o italiano João XXIII.

Papa João Paulo II visita a cidade de Porto Alegre em 1980 (Foto: Alfredo Rizutti/Estadão Conteúdo) Papa João Paulo II visita a cidade de Porto Alegre em 1980 (Foto: Alfredo Rizutti/Estadão Conteúdo)
Foto de 15 de abril de 1963 mostra o Papa João XXIII em sua mesa de trabalho no Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP) Foto de 15 de abril de 1963 mostra o Papa João XXIII em sua mesa de trabalho no Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP)

Esta é a fórmula que o Papa leu para canonizar São João Paulo II e São João XXIII

“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, após ter longamente refletido, invocado várias vezes o auxílio divino e escutado o parecer dos nossos irmãos no episcopado Declaramos e definimos como santos os beatos João XXIII e João Paulo II e os inscrevemos no Catálogo dos Santos, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os Santos Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

"Declaramos e definimos como santos os beatos João XXIII e João Paulo II e os inscrevemos no Catálogo dos Santos, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os Santos", foi a fórmula pronunciada em latim pelo Papa Francisco, após a qual a multidão na praça rompeu em aplausos. A canonização dupla reuniu, em um único evento, o atual Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI, que renunciou no ano passado em uma situação inédita na história moderna da Igreja Católica.

Francisco concelebrou missa solene com cinco prelados, entre eles o bispo de Bergamo (cidade natal do italiano João XXIII), Francesco Beschi, e o ex-secretário particular do Papa João Paulo II e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz.

O Papa Francisco, à direita, cumprimenta seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, durante a cerimônia de canonização de João XXIII e João Paulo II, neste domino (27), no Vaticano (Foto: L'Osservatore Romano/AP O Papa Francisco, à direita, cumprimenta seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI, durante a cerimônia de canonização de João XXIII e João Paulo II, neste domino (27), no Vaticano (Foto: L'Osservatore Romano/AP

"Estes foram dois homens de coragem ... e deram testemunho diante da Igreja e do mundo da bondade e misericórdia de Deus", disse Francisco. "Eles viveram os trágicos acontecimentos do século XX, mas não foram oprimidos por eles. Para eles, Deus era mais poderoso, a fé era mais poderosa." As relíquias dos dois novos santos, uma ampola de sangue de João Paulo II e um pedaço de pele de João XXIII extraída durante sua exumação no ano 2000, foram colocadas ao lado do altar.

A costarriquenha Floribeth Mora, cuja cura inexplicável permitiu elevar aos altares João Paulo II, levou a relíquia do Papa polonês, enquanto a de João XXIII foi entregue por seu sobrinho. A cerimônia de canonização teve os mesmos moldes de uma missa e foi simples, sóbria e sem extravagâncias, segundo o Vaticano.

Bento XVI seguiu a cerimônia no setor esquerdo do altar, junto com os cardeais e os 1.000 bispos que concelebraram sucessivamente a missa.

Em 2011, a beatificação de João Paulo II, feita por Bento XVI, durou três dias e custou cerca de US$ 1,65 milhão, reunindo 1,5 milhão de fiéis na praça e nos seus arredores, segundo a polícia de Roma. O Vaticano, citando fontes da polícia italiana, estimou que cerca de 800 mil pessoas participaram da celebração.

Segundo a Santa Sé, 500 mil pessoas lotaram a praça e sua via de acesso, a Via da Conciliação, e 300 mil seguiram o evento diante dos 17 telões instalados em diversos locais em Roma. Os poloneses - conterrâneos de João Paulo II-, foram os estrangeiros mais numerosos presentes. Trens especiais foram colocados em circulação para a viagem desde a Polônia. A cerimônia do lado de fora da Basílica de São Pedro permitiu que mais pessoas participassem do evento.

Bandeiras de vários países, inclusive o Brasil, podiam ser vistas na multidão. A praça foi enfeitada com 30 mil rosas vermelhas, amarelas e brancas doadas pelo Equador, cujo presidente, Rafael Correa, estava presente na cerimônia.

Telões foram espalhados na Praça e pela cidade de Roma, que teve esquema especial de trânsito para a celebração, com bloqueio de ruas e reforço nos transportes públicos.

Após a cerimônia, Francisco percorreu a praça no Papamóvel, cumprimentando os fiéis. Antes, ele levou cerca de 40 minutos para cumprimentar os integrantes das 93 delegações internacionais que compareceram à festa.

Bispos esperam pela missa de canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, na Praça São Pedro, no Vaticano. (Foto: Andreas Solaro / AFP Photo)

Vigília A celebração dos novos santos começou na noite de sábado (26), com a “noite branca de oração”. Diversas igrejas no centro de Roma foram abertas para aqueles que quiserem rezar e se confessar. A Basílica de São Pedro ficará aberta em um esquema especial, até 1h desta segunda-feira (28). Os peregrinos podem visitar o túmulo dos dois Papas, no subsolo da igreja.


(1) Comentário

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a beleza da igreja se dá na plenitude dos santos...
dois santos que conhecemos: assim é possivel ser santo hoje..

 
padre renaldo em 28 de abril de 2014 às 08:46