10/12/2019 08h20

Lava-Jato mira pagamentos da Oi para empresas de filho de Lula

Inquérito investiga acertos que geraram repasses a grupo econômico
O empresário Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Greg Salibian / Folhapress / 31-5-2010
O empresário Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Greg Salibian / Folhapress / 31-5-2010
G1

A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira mais uma fase da Operação Lava-Jato . São cumpridos 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam pagamentos suspeitos de R$ 132 milhões da Oi para empresas do filho do ex-presidente Lula, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha.

Essa é a 69ª fase da Operação Lava-Jato e foi batizada de "Mapa da Mina", um desdobramento da 24ª fase, que levou o ex-presidente Lula para depoimento .

De acordo com o Ministério Público Federal, tais pagamentos foram realizados sem justificativa econômica plausível enquanto o grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversos atos praticados pelo Governo Federal.

Contratos e notas fiscais colhidas pela operação, além da quebra de sigilo bancário e fiscal que demonstrariam que as empresas do grupo Oi/Telemar contrataram as empresas de Lulinha sem cotação de preços e com pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, bem como teriam realizado pagamentos por serviços não executados.

"Entre 2005 e 2016 o grupo Oi/Telemar foi responsável por 74% dos recebimentos da Gamecorp", afirma o MPF, citando uma das empresas de Lulinha.

Sede da Oi na Vila Olimpia, em Sao Paulo Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo Sede da Oi na Vila Olimpia, em Sao Paulo Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

De acordo com a Lava-Jato, as evidências apontam que os serviços contratados pelo grpo econômico foram contratados em patamares ínfimos ou sequer foram prestados.

"O montante dos repasses apurado até o momento chega a R$ 193 milhões, ocorridos entre 2005 e 2016", afirma a Polícia Federal.

Segundo o MPF, o grupo Oi/Telemar teria sido beneficiado pelo Governo Federal em algumas decisões políticas e administrativas.

Além dos pagamentos para empresas ligadas ao filho do ex-presidente Lula, a Lava-Jato também apura pagamentos para a RT Serviços Especializados, empresa que teria sido utilziada para o custeio de despesas do ex-ministro José Dirceu.

Além da Oi, os investigadores também apuram indícios de irregularidades da empresa Vivo. Dados bancários indicam o pagamento de R$ 40 milhões de uma das empresas do grupo.

A operação foi batizada de "Mapa da Mina", em razão de um arquivo eletrõnico de apresentação financeira interno da empresa encontrado durante a deflagração da 24ª fase da Operação.

Os mandados expedidos pela 13ª Vara Federal, em Curitiba, estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Procurada, a Oi ainda não se manifestou sobre a investigação.


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