25/05/2017 07h09

Não há condições éticas de Temer seguir no cargo, diz secretário-geral da CNBB

Para dom Leonardo Ulrich Steiner, presidente deveria ter denunciado Joesley Batista por revelações feitas em encontro; e que com eventual candidatura de Lula 'não superaríamos momento de tanta tensão no Brasil'.
 'Se alguém vem e diz que está subornando juiz e o Ministério Público, não é possível que quem está à frente do Estado não se mexa', afirma Steiner
Foto: BBC Brasil 'Se alguém vem e diz que está subornando juiz e o Ministério Público, não é possível que quem está à frente do Estado não se mexa', afirma Steiner
Foto: BBC Brasil

######Terra

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner avalia não ver condições éticas para a permanência do presidente Michel Temer no cargo após a revelação de detalhes de seu encontro com o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, em março. Mas ele também acredita que o país não superaria o atual "momento de tensão" com uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, devido à "resistência de uma parcela da sociedade à pessoa dele, dadas as contínuas notícias de que estaria implicado na Lava Jato".

Para Steiner, Temer deveria ter denunciado Batista quando, no encontro que os dois tiveram no Palácio do Jaburu, o empresário lhe disse que havia corrompido autoridades para ser favorecido em investigações sobre sua empresa.

No dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou a conversa, gravada por Joesley como parte de seu acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. O presidente diz que o áudio foi editado e não tem validade jurídica.

 'A coisa pública é tratada como vantagem pessoal, ou como vantagem do partido, de determinados grupos. O que espanta é que falem de bilhões como se fossem mil reais', disse secretário-geral da CNBB, que defende saída de Temer
Foto: Marcos Corrêa/PR 'A coisa pública é tratada como vantagem pessoal, ou como vantagem do partido, de determinados grupos. O que espanta é que falem de bilhões como se fossem mil reais', disse secretário-geral da CNBB, que defende saída de Temer
Foto: Marcos Corrêa/PR

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