08/05/2018 08h24
Nova fase da Lava Jato investiga propina de R$ 200 milhões e elo com MDB
PF cumpre 6 mandados de prisão, um deles de um agente que se apresentava como arrecadador de recursos para políticos do partido. 51ª etapa foi deflagrada nesta terça-feira (8).
G1
A 51ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (8), investiga propina de R$ 200 milhões e elo com o MDB.
Policiais federais cumprem 23 mandados judiciais. São quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 17 de busca e apreensão.
Os mandados de prisão são contra três ex-funcionários da Petrobras e três operadores financeiros, um deles um agente que se apresentava como intermediário de valores destinados a políticos vinculados ao então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), atual MDB.
A propina
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), a propina foi paga entre 2010 e 2012. Foram pagos, à época, US$ 56,5 milhões. Atualmente, o valor equivale a R$ 200 milhões.
O MPF afirmou há provas de repasses de aproximadamente US$ 25 milhões a ex-funcionários da Petrobras e de cerca de US$ 31 milhões para agentes que se apresentavam como intermediários de políticos vinculados ao MDB.
As vantagens indevidas estão relacionadas a um contrato fraudulento de mais de US$ 825 milhões, firmado em 2010 pela Petrobras com a construtora Norberto Odebrecht, segundo o MPF.
Além da utilização de offshores, de operadores financeiros e de doleiros, toda a lavagem de dinheiro foi feita, de acordo com o MPF, por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o setor de propina da Odebrecht.
O MDB informou que desconhece detalhes da operação mas reitera a necessidade de investigação célere em relação aos acusados.
O G1 entrou em contato com a Odebrecht para comentar o assunto e aguarda o retorno da empresa.
Déjà Vu
Batizada de Déjà Vu, esta nova etapa ocorre em três estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
O objetivo, conforme a Polícia Federal (PF), é reunir elementos que provem a prática de corrupção, associação criminosa, fraudes em contratações públicas, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.
Os presos vão ser levados à Superintendência da PF, em Curitiba. Até a última atualização desta reportagem, não havia sido informado quantas pessoas foram presas.
O G1 apurou que os alvos de prisão são:
Mario Ildeu de Miranda: prisão preventiva;
Ulisses Sobral Calile: prisão preventiva;
Aloísio Teles Ferreira Filho: prisão preventiva;
Rodrigo Zambrotti Pinaud: prisão preventiva;
Sérgio Boccaleti: prisão temporária
Ângelo Tadeu Lauria: prisão temporária;
O G1 tenta localizar os advogados dos alvos.
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