16/08/2018 08h29

Ponte de MS a PY vai reduzir 17% custo de exportação e 67% tempo de transporte

Para esta obra já estão indicados em uma emenda impositiva ao Orçamento Geral da União de 2018, de autoria de toda a Bancada Federal de Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 57 milhões
Douradosagora

A construção da ponte internacional sobre o Rio Apa, entre o município de Porto Murtinho e o distrito de San Lázaro, no Paraguai, vai reduzir em mais de 17% os custos de exportação. O anúncio da obra ocorreu na última terça-feira, quando os ministros das Relações Internacionais do Brasil Aloysio Nunes e do Paraguai Eladio Loizaga assinaram acordo na sede do órgão no Paraguai. A edificação propiciará conexão viária entre o centro-oeste brasileiro e o porto fluvial de Concepción, no centro do país vizinho.

Para esta obra já estão indicados em uma emenda impositiva ao Orçamento Geral da União de 2018, de autoria de toda a Bancada Federal de Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 57 milhões. Por meio da construção da ponte, Campo Grande ficará a apenas 2,4 mil quilômetros do Porto de Antofagasta no Chile. Com a nova rota e a otimização dos processos aduaneiros, estima-se redução de tempo de até 66,7%, considerando-se o somatório dos tempos de viagem e alfândegas, além da redução de custo de aproximadamente 17,5%.

Para o deputado Geraldo Resende que está em Brasília, "essa nova rota terrestre será um estímulo ao comércio de produtos de maior valor agregado e as soluções logísticas multimodais tornarão mais competitivas as exportações de grãos, atualmente feitas por via marítima. Automóveis, bens de capital e carnes são alguns dos produtos exportados pelo Brasil que se beneficiariam do corredor".

A ponte é uma edificação do projeto de Rota de Integração Latino-americana. A obra será financiada pelos dois países e as construções de acesso pelo lado paraguaio, de mais de 600 quilômetros, já teve seu primeiro trecho licitado e os mais de 270 quilômetros devem começar a serem asfaltados em setembro, quando acaba o período chuvoso. Este primeiro trecho liga as cidades de Carmelo Peralta e Loma Plata.

Depois de Loma Plata, seguem 100 quilômetros já asfaltados até a cidade de Mariscal Estigarribia. O segundo trecho a ser asfaltado é composto por 230 quilômetros até Pozo Hondo, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Na Argentina já estão sendo asfaltados os 10 quilômetros restantes até Santa Mônica. No Chile, até Antofagasta, o trecho já está pavimentado.

O Brasil comercializa com os outros países da América do Sul cerca de 2,7 bilhões de dólares e 17,12 bilhões de dólares com a Ásia. O intercâmbio com a Rota de Integração Latino-americana vai proporcionar o incremento dessas trocas comerciais.

A rota bi-oceânica passará por biomas como cerrado, Pantanal, Chaco, Deserto e Cordilheira dos Andes. "Este é um projeto que prioriza a logística sem esquecer a sustentabilidade, do meio ambiente e o desenvolvimento social. Estamos voltando a olhar para nossos irmãos sul-americanos, enxergando oportunidade de crescimento econômico, aprender com novas experiências e integrar culturalmente. São esses os motivos que fizeram a bancada de MS encampar e priorizar a Rota Latino-americana".


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