23/01/2023 08h58

Real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo nesta semana

Depreciação foi maior do que o peso argentino – com inflação anual em quase 100% – e o rublo russo; risco-país encontra-se 15 pontos-base acima do registrado em janeiro do último ano
Moeda brasileira não performou bem em relação ao dólar, principal moeda global Moeda brasileira não performou bem em relação ao dólar, principal moeda global
Jovem Pan News

Durante a última semana, o real foi a moeda global que mais se desvalorizou em relação ao dólar. Em comparação à principal moeda dos Estados Unidos, o tombo foi de 2,13% – queda maior que a registrada na Argentina, com 1,19% de recuo do peso, e na Rússia, atualmente em guerra, com 0,9% de decréscimo.

A performance é uma resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um possível aumento das metas inflacionárias em seu governo – em entrevista recente, o petista questionou a necessidade da independência do Banco Central e sugeriu um aumento de 3,5% para 4,5% como meta da inflação.

O chefe do Executivo também sinalizou que as responsabilidades sociais e fiscais podem não ser dependentes – contrariando uma promessa de campanha – e o posicionamento reascendeu o temor do mercado na descompensação das contas públicas. Nesta sexta-feira, 20, a moeda norte-americana teve uma valorização de 0,72%, sendo cotada em R$ 5,21.

Segundo levantamento realizado pela Bloomberg, nos últimos cinco dias, as moedas da Colômbia, Malásia, Hungria, Romênia, Filipinas, República Tcheca, Chile, Indonésia, Tailândia, Coreia do Sul e Taiwan se valorizaram frente ao dólar, enquanto a Turquia, Polônia, Rússia, Hong Kong, México, Peru, Argentina, China, África do Sul e Brasil perderam valor no comparativo. Comumente utilizado para medir a confiança na economia, o risco-país – também chamado de Credit Default Swap (CDS) – de cinco anos, chegou aos 235 pontos. Há um ano, o risco-país era menor, com 220 pontos-base.

No entanto, em relação ao investimento externo, o capital estrangeiro permaneceu no país e, até o dia 18 de janeiro, um total de R$ 178,5 bilhões foram investidos na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), enquanto R$ 172,4 bilhões deixaram o país, o que resultou num saldo positivo de R$ 6,1 bilhões em investimentos.


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