27/04/2016 08h18

Trabalhadores dos Correios param hoje e professores dia 2

professores cobram 11,36% de aumento, referente ao Reajuste do Piso Salarial Nacional
Douradosagora

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), de Mato Grosso do Sul, aderem à paralisação nacional programada para hoje em todo Brasil. Os professores da rede municipal de Campo Grande prometem cruzar os braços, por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 2 de maio.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Mato Grosso do Sul, Elaine Regina Oliveira, o manifesto nacional é por política salarial, melhores condições de trabalho e plano de reestruturação da ECT.

"As condições de trabalho se deterioraram, a empresa apresentou um plano que vai afetar trabalhadores e usuários, com fechamento de agências, por exemplo. A informação que circula dentro da empresa é que em MS serão fechadas mais de 15 agências. Por outro lado essa reestruturação beneficia as franqueadas num claro avanço rumo à privatização", desabafa Elaine.

Ela destacou também que plano de assistência médica dos trabalhadores decaiu em qualidade e o fundo de pensão, o Postalis, passa hoje por uma crise, fruto de má gestão, com um deficit de RS 2 bilhões que serão repassados para os trabalhadores, causando prejuízo financeiro a quem não é responsável pelos problemas que surgiram.

Outra reivindicação imediata das entidades sindicais nacionais é a realização de concurso público e novas contratações para suprir falta de funcionários.

Jà, os professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande decidiram, em Assembleia Geral do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Básica (ACP), na manhã de ontem, entrar em greve a partir do dia 2 de maio.

A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), entidade que ACP é filiada, esteve presente na Assembleia, representada pelo seu presidente, Roberto Magno Botareli Cesar, dando total apoio a categoria. "A Fetems estará junto com vocês, com a ACP, em todos os momentos desta greve, pois entendemos que as legislações de valorização da nossa categoria precisam ser imediatamente cumpridas e não podem ser apenas promessa de palanque político", disse.

Segundo presidente da ACP, Lucilío Nobre, a greve é resultado da falta de diálogo da atual administração pública. "Já enviamos 11 ofícios para a Prefeitura Municipal, nenhum deles foi respondido, nossas poucas reuniões tem sido de enfrentamento e não de construção, portanto não nos restou outra saída que não fosse a greve e com certeza é muito importante ter a Fetems caminhando conosco neste momento e fortalecendo a nossa luta", afirma.

  • Reivindicação

Os professores cobram 11,36% de aumento, referente ao Reajuste do Piso Salarial Nacional, que deveria ter sido feito em janeiro de 2016, além de 13,01%, referentes a Legislação Municipal nº 5411/14, que regulamenta a aplicação do Piso Salarial dos profissionais da educação municipal de Campo Grande para uma jornada de 20h.

  • Agenda da Greve

Nesta quarta-feira (27), será encaminhado ao governo municipal ofício com pedido de audiência e também envio de documento informando diversos órgãos públicos sobre a greve. Na quinta-feira (28), a entidade prepara divulgação publicitária para ressaltar os dez motivos que levarão os professores a paralisarem suas atividades nas unidades escolares.

No próximo dia 2 de maio, início oficial da greve, os professores farão uma concentração em frente a ACP, a partir das 8h e depois sairão em passeata até a Prefeitura Municipal, na Avenida Afonso Pena. No dia seguinte, 3, a mobilização ocorrerá na sessão da Câmara dos Vereadores.

O lema da greve será: "Quem não cumpre educação, nem legislação, não merece eleição", mensagem direta ao prefeito Alcides Bernal (PP), que pode ser candidato a reeleição este ano e que por diversas vezes afirmou em seu discurso de campanha, no pleito passado, que valorizaria os professores e cumpriria a Lei do Piso Salarial.


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