12/06/2018 07h43

Trump e Kim assinam acordo histórico por desnuclearização

O conteúdo do documento foi considerado "bastante completo" por Trump, que diz que os países estabeleceram uma ligação especial após a assinatura
Trump e Kim apertam as mãos em encontro histórico em Singapura (Foto: Reprodução) Trump e Kim apertam as mãos em encontro histórico em Singapura (Foto: Reprodução) Trump e Kim apertam as mãos em encontro histórico em Singapura (Foto: Reprodução) Trump e Kim apertam as mãos em encontro histórico em Singapura (Foto: Reprodução)
G1

Coreia do Norte se comprometeu com a desnuclearização completa da península coreana nesta terça-feira (12), durante o encontro de seu líder, Kim Jong-un, e o presidente dos EUA, Donald Trump.

Os dois países "decidiram deixar o passado para trás" e "o mundo verá uma grande mudança", segundo Kim, que assinou uma declaração de quatro itens ao lado de Trump.

Em um dos quatro itens do documento, o líder norte-coreano se compromete a trabalhar pela desnuclearização completa da península coreana, reafirmando o que foi determinado pela Declaração de Panmunjon, assinada em 27 de abril de 2018 pelas duas Coreias.

O conteúdo do documento foi considerado "bastante completo" por Trump, que diz que os países estabeleceram uma ligação especial após a assinatura. O presidente americano afirmou que Kim aceitou o seu convite para visitar a Casa Branca e que ele pretende visitar Pyongyang "em um certo momento".

"Aprendi que ele é um homem muito talentoso que ama muito seu país. É um negociador de valor, que negocia em benefício de seu povo", elogiou.

O documento assinado por Trump e Kim possui quatro pontos:

  • EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus povos pela paz e prosperidade;

  • Os dois países irão unir seus esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na península coreana;

  • Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete a trabalhar em direção à completa desnuclearização da península coreana;

  • Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.

O local do encontro foi o luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa, famosa por suas praias turísticas e seus campos de golfe espetaculares. Singapura designou partes de sua região central como uma "zona especial", onde os procedimentos de segurança estão mais rigorosos. O espaço aéreo sobre a rica cidade-Estado está temporariamente restrito durante partes dos dias 11, 12 e 13 de junho.

Quando se sentou ao lado de Kim pela primeira vez, Trump disse ter esperança de que a cúpula seria "tremendamente bem-sucedida". "Teremos um ótimo relacionamento pela frente", acrescentou. O ditador norte-coreano disse em seguida que havia enfrentado uma série de "obstáculos" para o encontro. "Nós superamos todos eles e estamos aqui hoje", disse a repórteres, por meio de um tradutor.

A reunião teve como tema o fim do programa de armas nucleares e balísticas da Coreia do Norte, cujas ambições têm sido uma fonte de tensão há décadas. Além do encontro de Trump e Kim, estavam previstas diversas reuniões entre representantes dos dois países ao longo de cinco dias.

Os EUA, temendo o desenvolvimento de mísseis nucleares que poderiam atingir o país, pedem a desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte. Como resultado, a Coreia do Norte pode comprometer-se a apresentar um relatório sobre o atual arsenal e permitir uma verificação internacional completa.

De sua parte, Kim Jong-un parece tentar salvar a economia norte-coreana que vem sofrendo o impacto das sanções impostas pelos EUA e pela ONU. Ele disse que deseja "avançar para uma desnuclearização da península coreana", mas por meio de um processo "passo a passo", com garantias de segurança e incentivos diplomáticos e econômicos.


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