27/04/2018 07h49
Trump exalta 'encontro histórico' das Coreias após 'ano furioso'
Na visão das autoridades chinesas, o compromisso desta sexta-feira "declara um fim oficial para a Guerra da Coreia de 1950-1953".
G1
China, Japão e Rússia deixaram de lado a histórica discordância diplomática sobre as tensões na pensínsula coreana para celebrar o acordo de paz firmado entre Coreia do Norte e Coreia do Sul. Nesta sexta-feira, os líderes Kim Jong-un e Moon Jae-in acertaram um compromisso de desnuclearização da região e de uma "nova era de paz". O presidente americano, Donald Trump, elogiou o progresso, mas pregou cautela com o processo. O governo japonês pediu "ações concretas" em seguida do diálogo.
"Depois de um ano furioso de lançamento de mísseis e testes nucleares, um encontro histório entre as Coreias do Norte e do Sul agora fala de paz. Boas coisas estão acontecendo, mas apenas o tempo vai dizer!", escreveu Trump no Twitter.
O presidente ainda destacou que os Estados Unidos devem ficar orgulhosos com o que se passa na Coreia. "Guerra da Coreia vai acabar", frisou o republicano.
Antiga aliada do regime de Pyongyang, a China divulgou um comunicado no qual dá as boas vindas ao acordo entre o Norte e o Sul e ao trabalho conjunto contra a força nuclear na península. Na visão das autoridades chinesas, o compromisso desta sexta-feira "declara um fim oficial para a Guerra da Coreia de 1950-1953".
O Ministério do Exterior chinês destacou, em nota, que espera a manutenção da disposição por diálogo em nome da promoção conjunta de uma resolução política para o conflito na península. O órgão ressaltou que a China quer cumprir um "papel pró-ativo" no processo.
Já o Kremlin, outro histórico apoiador do regime de Kim Jong-un, saudou o que chamou de "notícias muito positivas" da cúpula entre os líderes coreanos.
"O presidente Vladimir Putin ressaltou várias vezes que uma solução viável e estável da situação na peníncula coreana só poderia se basear no diálogo direto. Hoje vemos que houve um diálogo direto", frisou o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov.
LÍDERES REAGEM A ACORDO
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, celebrou o que considera ser um "passo positivo" na relação das Coreias. Assim como os Estados Unidos, o Japão sempre se posicionou ao lado do Sul em meio às tensões na península. Abe ressalvou que as "conversas sinceras sobre desnuclearização" precisam ser seguidas de "ações concretas" de Pyongyang.
"Queria saudar este passo positivo rumo a uma resolução de conjunto sobre várias questões relativas à Coreia do Norte. Esperamos ansiosamente que a Coreia do Norte inicie ações concretas com este encontro e por meio de uma cúpula com entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte", acrescentou o primeiro-ministro.
O presidente da Comissão Europeia, Donald Tusk, destacou que o acordo das Coreias mostra como "o impossível pode ser tornar possível".
"O que ouvi hoje da Coreia e o que eu experimentei aqui nos Bálcãs nos últimos dias deve ser uma virada positiva para todos: que o impossível pode se tornar possível, e que isso depende inteiramente da boa vontade e da coragem dos indivíduos", frisou Tusk.
Para o primeiro-ministro belga, Charles Michel, "o mundo pode se tornar um lugar mais seguro", após 65 anos, com a vinda da paz e da estabilidade à península coreana.
"Nós apoiamos o desejo das Coreias do Norte e do Sul de assinarem um tratado de paz para formalmente acabar com a Guerra da Coreia", ratificou Michel.
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