Usinas produzem 40% da energia consumida em MS

Nesta safra, foram produzidos pelo menos 300 Megawatts de ‘energia limpa’, o que equivale a 40% eletricidade consumida no Estado.

Do Diário MS
Usinas de MS produziram pelo menos 300 Megawatts de bioenergia na safra encerrada no mês passado. Foto: Eliel Oliveira Usinas de MS produziram pelo menos 300 Megawatts de bioenergia na safra encerrada no mês passado. Foto: Eliel Oliveira

A safra 2010/2011 da cana-de-açúcar está quase no fim e pela primeira vez as usinas instaladas em Mato Grosso do Sul estão vendendo a bioeletricidade, que é a energia produzida a partir da sobra da queima do bagaço da cana. Nesta safra, foram produzidos pelo menos 300 Megawatts de ‘energia limpa’, o que equivale a 40% eletricidade consumida no Estado.

Atualmente, 21 usinas produzem bioenergia em MS. No entanto, apenas oito iniciaram a venda do material. A expectativa é de que até o final da próxima safra o setor sucroalcooleiro produza energia suficiente para abastecer todo o Estado. “É o novo produto do setor, que começou a ser vendido ao longo dessa safra por oito usinas. Ainda não sabemos o que ele rende em dinheiro porque é uma questão financeira de cada usina. Mas, podemos esperar para ao longo da próxima safra, que mais usinas estejam interligadas a rede”, acredita o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho.

A bioeletricidade é considerada uma fonte mais limpa de energia. Nas usinas de cana-de-açúcar, quando o vegetal é queimado para colheita, o excedente se transforma em biomassa. Esta bioenergia pode ser vendida em leilões, ou para uma única empresa.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulamenta que a energia elétrica comprada por empresas que fazem a distribuição seja parte em bioeletricidade. A negociação é geralmente feita através dos leilões e, como no final as fontes de energia se misturam, a bioenergia sul-mato-grossense pode estar em várias partes do país.

O novo produto é parte do desenvolvimento gradativo do setor no Estado. Outras três usinas já se preparam para se instalar durante a próxima safra nas cidades de Costa Rica, Anaurilândia e Fátima do Sul, e gerar, pelo menos, de três a cinco mil empregos para o setor. “Mato Grosso do Sul tem muita disponibilidade de terra. A gente vai crescer, sem prejudicar a capacidade do Estado de produzir alimento e sem nenhum tipo de dano ao patrimônio ecológico”, afirma o presidente. A estimativa da Biosul é de que a área plantada com cana aumente de 400 para 470 mil hectares na safra 2010/2011, “tem muita área, mas é pequena em relação a outras culturas como soja e milho safrinha”, ressalta Filho.

A safra atual de cana está praticamente concluída, ela só termina legalmente em março, no entanto somente duas usinas ainda estão em atividade no Estado, uma na cidade de Sidrolândia e outra em Brasilândia. Até a primeira quinzena de janeiro foram produzidos 33,4 milhões de toneladas de cana, um aumento de 52,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

ETANOL

A maior parte da moagem da cana em MS é destinada à produção de Etanol, cerca de 70%. O número se difere da condição nacional, no Brasil 55% da produção das usinas é destinada ao álcool e 45% para a produção de açúcar. “O etanol cresceu na época do pró-álcool, mas tende, com a chegada de novas usinas de fabricação de açúcar, a se aproximar da média nacional”, acredita o presidente.

De acordo com a Biosul, a maior porção de etanol produzido no Estado fica em Mato Grosso do Sul. O setor produz 1, 9 bilhão de litros de etanol, dos quais 350 milhões são vendidos às distribuidoras sul-mato-grossenses. Já o açúcar, tem como foco outros Estados brasileiros e a exportação para o mercado internacional.


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