Vigília homenageia vítimas de incêndio em frente à boate Kiss
G1
Uma semana após a tragédia que deixou Santa Maria e o Brasil de luto, centenas de pessoas participaram de uma vigília na madrugada deste domingo (3) em frente à boate Kiss. Eles foram até o local homenagear as 237 pessoas que morreram no incêndio que atingiu a casa noturna no último domingo (27).
Muitos familiares e amigos das vítimas se deslocaram para a Rua dos Andradas, onde fica a boate, após a missa coletiva de sétimo dia realizada na Basílica Nossa Senhora da Medianeira. A manifestação em memória das vítimas começou em silêncio, que aos poucos foi interrompido pelo choro de pessoas que perderam parentes e amigos, cantos religiosos e orações.
O momento mais marcante ocorreu às 2h30, o horário aproximado do início do incêndio na casa noturna, na semana passada. O público se voltou para o prédio, ergueu as mãos e realizou uma corrente de orações. Pelo menos duas pessoas passaram mal e precisam receber atendimento médico.
Um forte esquema de segurança foi montado nas imediações da boate. O centro da cidade foi ocupado por dezenas de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar. Ambulâncias do Samu ficaram nos dois extremos da Rua dos Andradas. Um hospital de campanha foi montado pelo Exército na Praça Saldanha Marinho, para onde foram levadas mais de 10 pessoas que passaram mal, de acordo com os socorristas.
O ato em frente ao palco da tragédia também foi marcado por protestos. A família de Giovani Simões, militar de 18 anos que morreu na boate, vestia camisetas com a frase “Justiça, nós te amamos”. “Queremos punição para todos os responsáveis, não só os donos da boate. O Poder Público e os bombeiros, que deram o alvará para essa boate funcionar, também são responsáveis”, afirmou o funcionário público Sandro Vicentini Tim, tio de Giovani.
Missa
Com roupas brancas, fotos de vítimas estampadas nas camisetas e cartazes, cerca de 3 mil pessoas participaram na noite deste sábado (2) da missa de sétimo dia em homenagem às vítimas do incêndio na boate Kiss, que foi celebrada na Basílica Nossa Senhora da Medianeira. A missa foi celebrada pelo bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, ao lado do arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert e do bispo Dom Irineu Gassen, junto aos padres Dom Francisco de Assis Silva e Cristiano Quatrin. “Nós não entendemos tudo. Há coisas que não têm explicação. Que a fé nos conforte nesse momento. Não nos perguntamos se é justo. Eles foram dados a nós e agora estão nas mãos de deus”, disse Dom Jaime ao pedir uma oração aos bombeiros que participaram do resgate na boate. A mãe do estudante de educação física Vinicius Montardo Rosado, que morreu na tragédia, foi acompanhada de cerca de 100 amigos do jovem. "A missa de 7º dia foi um conforto para nós. Queremos justiça, mas é hora de buscar primeiro força para seguir adiante. É difícil perder um filho. Ele era um moleque, travesso, tinha 2 metros de altura mas era um brincalhão", diz a mãe.
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