01/11/2019 13h

Jesus chamou os que Ele mesmo quis, para estarem com Ele e anunciar

Artigo de nosso bispo diocesano, publicado originalmente na Revista 'Elo' do mês de novembro de 2019

Caríssimos irmãos e irmãs, saudações em Cristo Jesus! Neste mês de novembro, quero refletir com vocês alguns pontos importantes sobre as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil 2019 a 2023, aprovado na 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em Aparecida-SP.

Na apresentação desta DGAE, a presidência da CNBB inicia dizendo que o "tempo atual exige de todos nós a renovação das forças missionárias, para bem cumprir a tarefa de anunciar a Palavra de Deus, anunciar a Justiça, promover a paz, superar a violência, construir pontes no lugar de muros, oferecer a misericórdia de Cristo como remédio para a vingança e reacender a luz da esperança, para vencer o desânimo e as indiferenças. Esse é a nossa vocação, pois somos discípulos missionários a anunciar o Reino de Deus até a plenitude" (Doc 109, pg. 7).

Essa deve ser nossa motivação constante diante de tantos desafios, aos quais somos assolados todos os dias e ainda viver testemunhando a fraternidade e a solidariedade de maneira efetiva junto aos irmãos, iluminados e comprometidos com a Opção Preferencial Pelos Pobres. Por isso a necessidade de caminharmos numa sociedade assentada nos valores do Evangelho de Jesus Cristo. Com muita alegria, devemos entender que a Igreja de Cristo é vocacionada a evangelizar: "Jesus chamou os que Ele quis, para estarem com Ele e os enviou em missão" (Mc 3,13-15).

É importante ressaltar que essa DGAE 2019-2023 se constrói à imagem de uma casa em seu duplo movimento, que permite o ingresso e a saída: lugar de acolhimento (discipulado) e envio (missão) e assim chamada de Comunidades Eclesiais Missionárias. Pois, ser cristão implica, entre outros aspectos, viver em comunidade (At 4,32-33). Inclusive, estabelecendo muitas vezes vínculos até mais fortes que os laços de sangue (Lc 8,19-21). Isso nos alerta para que, sendo missionário, não podemos perder o vínculo com a Comunidade. Nos alerta para na sermos missionários isolados da vida comunitária, da base, do lugar do discipulado (Casa). A DGAE 2019-2023 formata esta casa em quatro pilares - lugar da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária - para que os Discípulos Missionários possam se encontrar vocacional e fraternalmente, se estabelecer, aprender e partir em missão.

Na introdução desta DGAE há um parágrafo muito bom, que vale a pena ressaltar: "Jesus Cristo, o missionário do Pai, veio anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus, que instaurou, com a sua encarnação, vida, morte e ressurreição e, é o Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz". Confirmados pelo Espírito Santo, em Pentecostes, os apóstolos começaram a anunciar, fiéis ao mandato recebido e confiaram a outros a mesma missão: Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura! (Mc 16,15) (Doc 109, pg15). Esse envio missionário e essa responsabilidade chega a cada um de nós, hoje.

Na busca e na fidelidade a esse mandato missionário, São João XXIII convidou, com insistência, aos bispos do Brasil que preparassem o primeiro Plano de Pastoral e isto se tornou uma tradição pastoral, tornando-se DGAE, uma das expressões mais significativas da colegialidade e missionariedade da Igreja do Brasil.

Para compreendermos melhor essa DGAE 2019-2023, precisamos relembrar a DGAE 2011 a 2015, que recebeu de forma profunda o Documento de Aparecida, organizando-se em Cinco Urgências: 1) Estado permanente de missão; 2) Iniciação à vida cristã; 3) Animação bíblica da vida e da pastoral; 4) Comunidade de Comunidades; 5) Serviço à vida plena para todos.

Na próxima Revista ELO darei sequência sobre a nova DGAE, mencionando o Magistério do Papa Francisco e seus apelos por uma Igreja em saída. Enquanto isso, vamos estudar as Diretrizes Gerais da Igreja do Brasil 2019-2023. Estão muito bem elaboradas.

Deus abençoe a todos!

Dom Henrique A. de Lima, CSsR

Bispo Diocesano de Dourados

Artigo de nosso bispo diocesano, publicado originalmente na Revista 'Elo' do mês de novembro de 2019